É dia de abraçar abril, que será sem dúvida alguma também um mês que marcará a diferença nas nossas vidas. Hoje é assinalado o Dia das Mentiras, porém, gostava de convidá-lo a pregar uma partida à mentira. Sim, entendeu bem. Vamos hoje, também, escolher este dia para sermos autênticos, genuínos, honestos connosco próprios. Bem sei que é uma brincadeira, e que precisamos todos sem excepção de brincar, mas a verdade é imperativa por estes dias: necessária e apreciada.

Claro que podemos, e devemos, brincar, sorrir, encontrar soluções que nos animem e permitam viver de forma mais leve. Mas viver de forma mais leve não é o mesmo que viver de forma leviana, e resultado disso é o que todos vivemos atualmente: uma condição que nos obriga ao recolhimento, que nos convida a despedir de partes nossas que já não nos servem mais, pois o mundo em que nos encontramos hoje já não é conivente com esse estilo de vida.

No início do ano convidei os leitores a explorarem o que seria o seu propósito, como mote para receber e viver 2020, e creio que hoje podemos repescar o tema - especialmente quem sinta, no seu íntimo, que este tema em particular ganha cada vez mais espaço nos seus pensamentos, nas suas inquietações, nos seus dilemas.

Agora que está em casa, que ganhou outra dinâmica, outras perspetivas, novos insights, avalie o que surgiu, de que forma é que se imagina a servir o outro, usando a qualidade dos seus dons maiores, através do que faz pulsar o seu coração.

Desengane-se, o mundo não vai voltar a ser o que era (se Deus quiser), pois era um mundo orientado para o consumismo desmedido, o mundo pela luta do poder para tirar vantagem do mais fraco, um mundo onde TER era mais essencial que SER.

Atualmente ninguém precisa de comprar o que é supérfluo, o que importa é haver o essencial, os bens de primeira necessidade, e nisso, em Portugal, vamos sendo privilegiados: temos água potável, os supermercados ainda continuam a ser reabastecidos, o nosso sistema de saúde pode não ser perfeito (aos olhos de muitos) mas existe e está a reagir a esta guerra silenciosa que atravessamos.

Vamos acolher um dia de cada vez, vamos escolher as nossas palavras com muito carinho pois estas têm um poder gigante na narrativa que contamos a nós próprios. Estamos todos a precisar de um abraço, de colo, de sentir a pele do outro, de afetos. Funciona no virtual, mas não impacta na mesma medida.

Recordo também, do artigo em que lhe falei do efeito terapêutico do abraço, que Virginia Satir, psicoterapeuta norte-americana, reconhecida pela sua colaboração na área das constelações familiares e autora de inúmeros livros, dizia:

“We need 4 hugs a day for survival. We need 8 hugs a day for maintenance. We need 12 hugs a day for growth.” ("Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para manutenção. Precisamos de 12 abraços por dia para crescer" em tradução livre)

Iria mentir-lhe se dissesse que tudo vai passar rápido, pois não acredito que vá. Mas garanto-lhe que só dependerá de si a forma como escolhe viver dentro da 'sua casa' neste novo mundo.

Não podemos ficar no medo, mas sinta-se na liberdade de reconhecer essa emoção dentro de si. O medo também nos faz agir, avançar, encontrar soluções. Conte comigo, pois ter medo é normal, é humano. Se sentir o apelo escreva-me para soraiasequeira.heartcoach@gmail.com, agende uma sessão de acompanhamento online.

Bem-haja a todos nós, que estamos unidos e a participar da história que marca o mundo.