Billie Joe Armstrong, vocalista dos Green Day, afirmou num espetáculo realizado no fim de semana que pretendia "renunciar" à cidadania norte-americana devido ao recuo do Supremo Tribunal na legislação referente ao aborto. Porém, o músico não foi o único a usar o palco para manifestar a sua indignação.

Kendrick Lamar, Lorde, Olivia Rodrigo e Billie Eilish foram outros dos rostos a manifestar em palco a sua indignação perante o facto de ter sido revogada a lei federal que protegia as mulheres em caso de aborto - permitindo que cada estado seja livre para proibir o procedimento.

Kendrick Lamar terminou o seu espetáculo no Festival de Glastonbury afirmando: "Eles julgam-me. Julgam Cristo. Boa sorte para os direitos das mulheres". O músico repetiu a mesma mensagem várias vezes seguidas, numa performance carregada de simbolismo.

Billie Eilish, Olivia Rodrigo e Lorde participaram igualmente naquele que é considerado um dos maiores festivais de música do mundo e ambas usaram as suas atuações para lamentar a notícia.

"Hoje é um dia realmente sombrio para as mulheres nos Estados Unidos. Só vou dizer isto porque não aguento mais pensar no assunto", referiu Billie Eilish durante um espetáculo, momentos antes de dar voz ao tema 'Your Power'.

Olivia Rodrigo teve em palco uma convidada especial, Lily Allen, tendo ambas decidido dedicar o tema 'F*ck You' aos membros da Suprema Corte responsáveis pela revogação da lei.

"Estou devastada porque muitas mulheres e meninas vão morrer por causa disto. Queremos dedicar a próxima canção aos cinco membros da Suprema Corte que nos mostraram serem indiferentes à liberdade. Esta canção é para vocês, Samuel Alito, Clarence Thomas, Neil Gorsuch, Amy Coney Barrett e Brett Kavanaugh. Nós odiamos-vos", atirou Olivia Rodrigo.

Lorde quis igualmente tornar pública a sua indignação, a jovem artista dedicou a sua mensagem a todas as mulheres. "Querem ouvir um segredo? Os vossos corpos estão destinados a ser controlados e objetivados desde o momento em que nasceram. Esse horror é o vosso direto de nascença", lamentou.

"Mas aqui está outro segredo. Vocês têm força. Essa sabedoria também é o vosso direito de nascença. Peço-vos hoje que façam do exercício dessa sabedoria o trabalho da vossa vida, porque tudo depende disso. F**** o Supremo", terminou.

A decisão do Supremo Tribunal dos EUA não torna ilegais as interrupções da gravidez, mas devolve a cada Estado a liberdade para autorizar ou para proibir o aborto, anulando a proteção do direito ao aborto em vigor nos EUA desde 1973.

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