Os advogados do príncipe britânico André pediram hoje a um juiz de Nova Iorque que rejeite a queixa civil por agressão sexual apresentada por uma norte-americana por factos alegadamente datados de 2001, quando esta era menor de idade.

Os defensores do príncipe alegam um acordo de compensação e isenção assinado em 2009 entre a mulher norte-americana, Virginia Giuffre, e a figura do 'jet set' internacional Jeffrey Epstein, que se suicidou em 2019 na prisão, para argumentar que o documento "protege" também outros potenciais acusados, incluindo André, 61 anos.

"[Giuffre] desistiu dos seus direitos de processá-los quando assinou o acordo de 2009 e recebeu dinheiro de Epstein", defendeu o advogado Andrew Brettler, numa teleconferência no Tribunal Federal de Manhattan.

Segundo o advogado do príncipe, Virginia Giuffre "tinha a intenção de envolver um largo número de indivíduos, incluindo membros da realeza e empresários".

Os defensores de Giuffre acreditam, pelo contrário, que Andrew não está abrangido pelo acordo de 2009, tal como repetiu hoje o advogado David Boies perante o juiz Lewis Kaplan.

Na ação civil, registada em agosto em Nova Iorque, Giuffre, agora com 38 anos, afirma que Andrew, segundo filho da rainha Isabel II, a "agrediu sexualmente" por três vezes em 2001 - quando ela tinha 17 anos e se chamava Virginia Roberts - em Londres, Nova Iorque e nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos.

Era nas ilhas Virgens que residiam os amigos de André, bem como o casal formado por Epstein e a 'socialite' britânica Ghislaine Maxwell, condenada na semana passada por tráfico sexual de menores.

Jeffrey Epstein suicidou-se na prisão de Manhattan em agosto de 2019, aos 66 anos, antes do início do julgamento por crimes sexuais.

A sua companheira e cúmplice ao longo de três décadas, Ghislaine Maxwell, 60 anos, foi condenada na semana passada em Nova Iorque por tráfico sexual de adolescentes e enfrenta uma pena que pode chegar a duas décadas de prisão.

Virginia Giuffre, que não foi a denunciante no julgamento de Maxwell, saudou o início do processo em tribunal e disse esperar que "outros" fossem "responsabilizados", numa possível alusão a André.

Há seis meses que os advogados do príncipe têm feito de tudo para arquivar a queixa de Giuffre, tendo repetido hoje diante do juiz Kaplan que a acusação é "infundada".

O príncipe, que não está a ser julgado no processo, nega "categoricamente" ter agredido sexualmente Virginia Roberts e afirma que não se lembra da jovem.

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