Este é um verdadeiro conto de fadas em pleno século XXI. A princesa Mako do Japão decidiu abandonar as regalias que o seu estatuto na realeza lhe conferia para casar com o seu grande amor, Kei Komuro, que conheceu na universidade.

O casamento aconteceu esta terça-feira, 26 de outubro, em Tóquio, sem uma grande festa, tendo a cerimónia acontecido no registo civil.

A história está a agitar os meios de comunicação japoneses, considerados os maiores oponentes ao romance.

Sem medo de enfrentar tudo e todos, o noivo, Kei Komuro, olhou diretamente para a câmara durante uma conferência de imprensa que aconteceu após o enlace e declarou: "Amo-te Mako. Gostaria de passar a minha vida com a pessoa que amo".

A frase marcante foi entendida como uma indireta a todos os que não concordam com o relacionamento.

Há quatro anos, quando a princesa anunciou que estava noiva, o público questionou logo a sua escolha. Na altura foi revelado que a mãe de Komuro tinha recebido uma quantia avultada de um ex-namorado, que não chegou a devolver, levando à teoria de que o jovem apenas queria juntar-se à família imperial por fama ou dinheiro.

Os ataques da imprensa e as perseguições constantes dos paparazzi levaram a que a princesa fosse diagnosticada com stress pós-traumático.

Note-se que Komuro está a terminar a licenciatura em Direito em Nova Iorque, tendo já começado a trabalhar numa sociedade de advogados na 'Big Apple'.

Na conferência de imprensa, também não faltaram as palavras da princesa: "Percebo que há várias opiniões sobre o nosso casamento. Lamento pelas pessoas que importunamos [disse num tom irónico]. Estou grata pelas pessoas que, discretamente, se preocuparam connosco, ou por aquelas que continuam a apoiar-nos sem estarem confusas ou mal informadas".

De acordo com a Lei da Casa Imperial que rege a sucessão dos imperadores do Japão, as mulheres não podem subir ao trono. A lei também estipula que a princesa Mako teria de abandonar o seu título real se se casasse com um plebeu, algo que aconteceu. Os filhos do casal também não serão considerados na linhagem ao trono.

Entretanto, o The New York Times revela que a maioria da população japonesa considera que a lei deveria ser alterada de maneira a que as mulheres também pudessem reinar.

Assim, as portas abrir-se-iam para a princesa Aiko, de 19 anos, filha do atual imperador, Nahurito. Por seu turno, se a lei continuar igual, a sucessão do trono pode estar em risco uma vez que só restam três opções: o tio do imperador Naruhito, de 85 anos; o irmão do imperador, Akishino, de 55 anos e pai da princesa Mako; e o sobrinho do imperador, de 15 anos, o irmão mais novo de Mako.

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