Ser filho de uma das figuras mais populares do nosso país nunca foi suficiente para David Carreira. Terminada a carreira como jogador de futebol, em 2010, saltou para os 'Morangos com Açúcar' e aí começou um percurso na representação e na música.

Desde então, muitas têm sido as participações de David em novelas, trabalho que tem tentado conciliar com concertos e novos temas. 'Oyto' é o nome do seu oitavo álbum, lançado quatro anos depois do último.

A encabeçar a lista dos 11 temas está 'Tu e Eu', onde se junta a Dilsinho, conhecido cantor brasileiro que também em Portugal já começa a ter muito popular.

O Fama ao Minuto falou com os dois artistas sobre este novo trabalho que já é um sucesso junto do público. Inevitável acabou por ser falar de como o nascimento de Lucas, fruto da relação de David com Carolina Carvalho, tornou esta fase ainda mais especial e inesquecível.

Este álbum põe fim a uma pausa de quatro anos. Como está a viver novamente esta fase de promoção de um disco e de recolha de opiniões do público?

David Carreira (DC): É ótimo receber de novo esta reação do público. Tive alguns projetos em televisão e acabei por me afastar um pouco da música, o que me deixa triste, porque aquilo que amo mesmo é a música. Estar finalmente a lançar este álbum e ver toda a repercussão que ele está a ter é incrível. Prometi a quem me segue que este seria o primeiro álbum deste ano, portanto ainda vou lançar muita música, sempre para ir trazendo novidades e mostrar o que estive a preparar durante estes quatro anos. A melhor forma de me conhecerem é através da minha música.

Ter sido pai há pouco tempo torna esta fase ainda mais especial?

DC: Estou a sentir-me na melhor fase da minha vida. É ótimo poder chegar a casa e estar com o Lucas e com a Carol. Às vezes, ele vai ao estúdio e ouve as músicas, não as percebe mas está ali. É mágico.

Eu e toda a minha família temos a sorte de sermos muito acarinhados pelos portugueses

Quando a vida se multiplica, diria que passa a haver uma nova fonte de inspiração...

DC: Sim, e passa a haver a preocupação de fazer algo de que ele se possa orgulhar. Algo que o faça pensar 'o meu pai é tramado, ele não brinca'. É uma das coisas que me motiva muito. É pensar que estou a fazer algo para mim, mas também para ele. Sempre com o espírito jovem, numa vida ativa, que acabei por não perder.

Lembro-me de uma entrevista recente do seu pai onde ele confessou sentir-se muito feliz com o facto de o David estar assim tão realizado. Além disso, referiu ainda que nunca pensou vê-lo como pai...

DC: As pessoas estão habituadas a ver-me em modo jovem, com concertos e videoclipes. Nem toda a gente me imaginava no papel de pai. Eu tenho a sorte de ainda parecer ter 21 anos [entre risos]. Eu e toda a minha família temos a sorte de sermos muito acarinhados pelos portugueses. Às vezes, sinto que entro na vida dessas pessoas e elas acompanham o meu crescimento. Pouco a pouco, vão descobrindo essa nova faceta que sempre esteve cá, tal como o meu pai também está a descobri-la. Fico feliz por saber que ele gosta de me ver assim.

Com as minhas viagens ao Brasil tenho conhecido alguns artistas e há público que me ouve por lá

Como nasce o 'Tu e ‘Eu', o tema que une o David e o Dilsinho?

Dilsinho: Não foi de um dia para o outro. O David pensou que eu tinha achado horrível quando ele me mostrou o tema pela primeira vez. Eu queria que a música fosse universal e fomos compondo. Fui testando músicas, letras e encontrámos um lugar especial para este tema. O 'Tu e Eu' é uma boa música e é muito especial fazer uma parceria fora do Brasil.

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E o David também já vai sentido a aprovação do público brasileiro?

DC: Sim, também tenho feito algumas coisas por lá. Tenho sido sempre muito bem recebido. Foi acontecendo, um bocado ao acaso, ter várias parcerias com artistas brasileiros. Com as minhas viagens ao Brasil tenho conhecido alguns artistas e há público que me ouve por lá. É bom sentir que a minha música se vai expandido para lá de Portugal. É bonito ver uma parceria entre mim e o Dilsinho, mas, também, que os nossos públicos acabam por se convergir.

A relação que os dois têm é, também, muito boa a nível pessoal. Pode dizer-se que já criaram uma amizade?

DC: Sim, e foi algo que surgiu naturalmente. Conhecemo-nos em estúdio, conversámos um bocadinho e esta amizade foi-se criando ao mesmo tempo que criámos a música. Tenho a certeza que é algo que se vai manter por muito tempo.

Dilsinho: Às vezes grava-se uma música com alguém e não se cria uma amizade. Acho que somos parecidos em muitas questões, também fomos os dois pais há pouco tempo, e as coisas foram acontecendo.

É bonito ver como ele leva o nome de Portugal para o resto do mundo e acho que as pessoas devem ter também essa consciência

A proximidade com os fãs tem sido sempre uma preocupação para o David. Nesse sentido, decidiu também divulgar um número de telemóvel para o qual as pessoas que o acompanham podem enviar mensagens e falar consigo. Que tipo de mensagens e de palavras tem recebido?

DC: O que mais me dizem é que não acreditam que sou eu. Muitas vezes, faço logo videochamada para poderem confirmar. Essa ligação é engraçada. Os fãs, por vezes, chegam aos concertos e dizem que acabaram de falar comigo. Tem sido giro.

Diria que neste álbum há sonoridades novas e as mesmas parecem representar que, também a nível musical, houve um amadurecimento. Concorda?

DC: Sim, sem dúvida. Já é uma ponte para o que vou fazer no próximo álbum.

E já está a pensá-lo?

DC: Até já estou quase a completá-lo.

Apresentou o álbum ao público no passado dia 22 de maio, na estação de Metro da Alameda. Como é que descreve essa experiência?

DC: O lançamento deste álbum foi diferente. Quis estar perto das pessoas de forma genuína. O evento no Metro correu muito bem, foi até muito calmo. Tinha receio que fosse uma loucura mas as pessoas comportaram-se muito bem. Não estava à espera que o feedback fosse este.

O Dilsinho também esteve presente nesse concerto. Ajudou-o a perceber o carinho que existe pelo David no nosso país?

Dilsinho: Muito, mesmo. Tenho até uma história engraçada. Quando cheguei a Portugal, entreguei o meu passaporte e um polícia perguntou-me o que tinha vindo cá fazer. Eu disse que tinha vindo gravar uma música com o David Carreira e ele disse: 'com o David Carreira? Não pode ser' [gargalhada geral]. Ele foi ao computador, pesquisou o meu nome e não acreditava que tinha vindo gravar com o David. É bonito ver como ele leva o nome de Portugal para o resto do mundo e acho que as pessoas devem ter também essa consciência.