Suave, macia, delicada mas… frágil! A estrutura da pele do bebé é muito semelhante à de um adulto, mas a camada córnea é mais fina e as células da epiderme são menos aderentes entre elas. A pele do bebé tem também menos gordura. Por isso, a diminuição de produção de sebo limita a resistência contra o quente ou frio. Mas as diferenças não se ficam por aqui. A pele do bebé tem uma capacidade muito elevada de absorção.

O peso da área da superfície da pele é três a cinco vezes maior em recém-nascidos do que em adultos. Esta diferença significativa implica que o organismo de um recém-nascido absorva concentrações muito mais elevadas do que um produto para adultos para a mesma zona de aplicação. Qualquer produto que entre em contacto com a pele do recém-nascido será, assim, facilmente absorvido, o que não é benéfico.

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Desta forma, o risco de toxicidade nesta fase da vida da criança, é elevado e requer o máximo de cuidado na escolha de um cuidado adaptado.

O pH da pele do bebé é diferente do pH da pele do adulto.

Os recém-nascidos têm um pH próximo de 7, neutro, enquanto o pH do adulto é ácido (oscila entre 5,5 e 6,5) proporcionando uma boa proteção da pele contra as bactérias. Esta é a razão pela qual a pele do bebé fica sujeita a infeções, e é mais frágil e delicada.

A pele do bebé é mais suscetível a alergias do que a pele dos adultos. A epiderme do recém-nascido absorve substâncias com mais facilidade. Por isso, os produtos que utilizar, nesta ou em qualquer outra altura do ano, devem ser hipoalergénicos e adaptados à pele sensível do bebé, como recomendam os especialistas. No mercado, são muitas as marcas que investiram em fórmulas que garantem essa segurança.

Guia prático para proteger a pele dos mais pequenos na praia

Para preparar a pele para a praia, David Serra, dermatologista, sugere quais os hábitos que os pais devem abraçar para protegerem a pele dos seus filhos e ainda identifica o tipo de produtos de proteção solar que é mais indicado para a pele infantil. Até aos 12 meses, "é desaconselhada a exposição solar direta prolongada", começa por referir o especialista. Entre as 11h00 e as 16h00, os mais pequenos não devem apanhar sol.

Esse cuidado deve ser mantido, sempre, "com crianças de pele muito clara, cabelos louros, ruivos ou castanhos-claros, olhos azuis ou verdes e com história familiar de cancro de pele ou com pais com muitos sinais", acrescenta o especialista. Até aos dois anos, "o protetor solar deve conter apenas filtros físicos", sublinha ainda David Serra. Filtros que não reagem quimicamente com a pele para proteger a criança.

Os cuidados a ter com os bebés antes de os levar para a praia

Antes, formam uma barreira que reflete tanto as radiações UVA, como as UVB, protegendo a pele da criança. No momento de sair de casa, há uma lista de objetos fundamentais a não esquecer antes de ir para a praia, que deve conferir. Deve incluir, além do chapéu, óculos de sol e um guarda-sol. "O vestuário é a forma mais eficaz de proteger a pele do sol", justifica o dermatologista David Serra

"O protetor solar deve ser aplicado antes de sair de casa e renovado regularmente, em função da atividade da criança e se toma banho. A aplicação deve ser uniforme e abranger toda a pele exposta", recomenda ainda o especialista. No momento de escolher, prefira leites ou loções aos protetores em spray, visto que "obrigam à utilização de maior quantidade de produto e hidratam mais", refere ainda.

Escolha sempre produtos com fator de proteção "SPF 50+ e o símbolo UVA também deve estar presente", aconselha David Serra. Depois de saírem da praia ou se os seus filhos estiveram a chapinhar numa piscina com água salgada, lave sempre a pele com água doce. "A exposição ao sol deve ser gradual e não súbita. Deve ser de pouco tempo nos primeiros dias de exposição", alerta ainda o dermatologista.

Texto: Filipa Basílio da Silva