Ao contrário da modelo Irina Shayk e do ator Bradley Cooper, que alegadamente só quiseram saber do sexo do primeiro filho em conjunto no momento do parto, há cada vez mais pais que preferem saber antecipadamente o que podem fazer para gerar filhos mais saudáveis e até mais inteligentes ou o que (não) podem fazer para evitar uma gravidez problemática. Descubra cinco descobertas científicas que estão na origem de novas abordagens da (in)fertilidade. Genética a quanto obrigas!

1. Genes dos pais mais dominantes que os das mães

Os genes paternos são mais dominantes do que os maternos, de acordo com um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. Liderada por Fernando Pardo-Manuel de Villena, professor de genética, a investigação provou que o ADN que herdamos do nosso pai influencia a forma como nos desenvolvemos na fase adulta e determina o nosso historial clínico.

Esta descoberta poderá agilizar os diagnósticos, pois será mais fácil identificar as mutações dos genes paternos capazes de provocar doenças graves. O estudo foi publicado, em março de 2015, na revista científica Nature Genetics.

2. Mutação genética impede mulheres de levar a gravidez até ao fim

Uma mutação genética pode estar na origem nos casos de infertilidade feminina que a ciência não consegue explicar, assegura um novo estudo do Baylor College of Medicine, um estabelecimento de ensino de ciências da saúde ligado ao Texas Medical Center em Houston, no Texas, nos EUA. Divulgado publicamente no Scientific Reports, o relatório que o resume pode trazer a chave para uma situação que, há muito, intriga especialistas de várias partes do mundo.

«Não conseguem identificar a causa de um problema que se estima que afete entre 10% a 15% dos casais com [problemas de] infertilidade e 50% das mulheres que não conseguem, de forma sistemática, levar uma gravidez até ao fim», assegura Ignatia B. Van den Veyver, professora de ginecologia e de obstetrícia e de genética humana e molecular. A explicação, agora avançada, prende-se com «mutações que levam à perda de função de alguns genes da família NLRP», refere.

«As mulheres onde ocorrem estas mutações são saudáveis em todos os outros aspetos físicos, pelo que nem sequer têm noção de que são portadoras de mudanças que as impedem de manter uma gravidez [até ao fim]», acrescenta Sangeetha Mahadevan, estudante que frequenta o programa Translational Biology and Molecular Medicine daquele estabelecimento de ensino, tendo acompanhado muitas das experiências científicas feitas em laboratório sob a supervisão de Ignatia B. Van den Veyver.

3. Teste de sangue analisa compatibilidade genética

A iGenomix desenvolveu um teste de sangue que permite avaliar o grau de compatibilidade genética, antes do casal engravidar. Despista cerca de 600 riscos genéticos que os filhos possam herdar e deverá custar cerca de 2.500 euros. No fundo, a empresa espanhola acredita que, assim, está a abrir o leque de possibilidades às pessoas que querem ser pais. Todavia, além de ser inacessível para muitos, o teste levanta a questão da manipulação genética.

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4. Pais precoces transmitem genética pior

Uma investigação conduzida por Peter Forster, geneticista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, concluiu que os rapazes adolescentes têm uma maior probabilidade, superior em cerca de 30%, de transmitir defeitos genéticos aos filhos do que os homens na casa dos 20 e dos 30 anos. Este estudo foi publicado, em fevereiro do mesmo ano, na revista científica Proceedings of The Royal Society.

5. Reprodução assistida com o ADN de três pessoas aprovada

O Reino Unido entrou para a história como o primeiro país a aprovar a reprodução assistida com o ADN de três pessoas. A lei pretende evitar que os bebés nasçam com doenças genéticas potencialmente fatais, como as associadas às mitocôndrias. Estas, em particular, são herdadas pela via materna e afetam os órgãos que precisam de muita energia, nomeadamente, o cérebro, o coração ou o fígado.

A técnica de fertilização in vitro com recurso ao material genético de três indivíduos foi desenvolvida por investigadores da Universidade de Newcastle, em Inglaterra, apesar de já existirem outros países a quererem experimentá-la e adotá-la.

Texto: Filipa Basílio da Silva com Luis Batista Gonçalves