A idade média da primeira gravidez tem vindo a aumentar nos países ocidentais. Em Portugal, e segundo dados da PorData (da Fundação Francisco Manuel dos Santos), foi de 30,3 anos em 2017. Em França, um pouco menos, 29 anos, e em Itália 31.

Segundo um artigo da revista Super Interessante, adiar a maternidade faz com que as mulheres que pretendem ter mais de um filho acabem por ter gestações cada vez mais próximas. E isso pode ser prejudicial para a saúde. Um estudo da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, concluiu que um dos riscos deste fenómeno é o aumento da probabilidade da segunda criança nascer prematura, o que pode desencadear complicações de ordem respiratória, cardíaca e até neurológica. A pesquisa, que envolveu cerca de 150 mil grávidas no Canadá, revelou que o intervalo mínimo seguro entre partos é de 12 a 18 meses.

Apesar das gravidezes próximas serem especialmente comuns em mulheres mais velhas, a pesquisa avaliou grávidas de diferentes faixas etárias para chegar a resultados mais amplos. Entre as mulheres mais jovens – dos 20 aos 34 anos – foi detetado um risco de 8,5% de prematuridade na segunda gestação, equivalente a mais do dobro do risco normal em partos espaçados (3,7%). Ainda assim, os resultados não provam a existência de problemas diretos para as mães que dão à luz antes de se completar um ano sobre a gravidez anterior.

As grávidas com 35 ou mais anos, por seu turno, correm mais 6% de riscos de terem um parto prematuro na segunda gravidez – taxa menor do que os 8,5% das mulheres mais jovens.
Os problemas surgem depois: o risco de morte ou complicações sérias no parto atinge os 1,2% se a distância entre gravidezes for inferior a 12 meses. Porém, se a mulher esperar 18 meses para ter outro filho, esse risco decresce para 0,5%. Ou seja: esperar um pouco mais é quase três vezes mais seguro para as mães, sublinha o artigo.

Para saber mais:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2708196?alert=article