Um despacho assinado hoje pelo ministro da Educação, Armindo Maia, determina a suspensão imediata do “processo de ensino e aprendizagem no regime presencial nos estabelecimentos de educação e ensino públicos e privados integrados na rede de ofertas educativas de serviço público e nos estabelecimentos de educação de ensino privados, no município de Díli, entre os dias 17 e 31 de agosto de 2021”.

Durante este período, refere o despacho, os responsáveis escolares devem “quando possível, assegurar a continuidade do processo de ensino e aprendizagem, através da modalidade de ensino à distância, pelos alunos nos diferentes níveis e modalidades de educação e ensino”.

Fonte do Ministério da Saúde disse à Lusa que na última semana se registaram vários casos de alunos infetados em vários estabelecimentos de ensino na capital, escusando-se a precisar os números.

Entre as escolas a funcionar em Díli a única que não é diretamente afetada é a Escola Portuguesa de Díli que está em interrupção letiva, já que funciona no calendário escolar português, diferente do aplicado em Timor-Leste que normalmente decorre entre fevereiro e novembro.

O despacho de Armindo Maia tem em conta as medidas previstas no estado de emergência que se aplica em Timor-Leste e “o elevado grau de risco para a saúde pública, que constitui a pandemia de covid-19 em Timor-Leste, tendo sido já identificados vários casos da variante Delta”.

Destaca ainda a necessidade de “mitigar o risco de transmissão local ou comunitária e a sua propagação no seio da comunidade educativa e das respetivas famílias”.

Os últimos dados, divulgados na segunda-feira, confirmam que Timor-Leste está a viver a segunda vaga da pandemia, com três mortes e 117 casos nas 24 horas anteriores.

Tendo em contas as novas infeções, e o total de 41 casos recuperados, o total de casos ativos no país aumentou para 2.141 e o total acumulado desde o início da pandemia subiu para 12.682.

Díli tem atualmente 887 casos ativos, Ermera 695, Covalima 180 e o enclave de Oecusse um total de 98.

“O número de casos da covid-19 em Timor-Leste está a aumentar, e é provável que aumente ainda mais, com a rápida propagação da variante Delta. Em populações com elevada cobertura de vacinas, é provável que isso resulte principalmente em casos ligeiros”, refere o boletim epidemiológico semanal divulgado na segunda-feira.

“No entanto, existe um risco muito elevado de casos graves e mortes em pessoas que não estão totalmente vacinadas. É importante que a vacinação seja aumentada em municípios com menor cobertura de vacinas, incluindo Ermera, Ainaro, Aileu e Liquica”, sublinha.

Só na última semana, até 15 de agosto, Timor-Leste registou 1.036 novas infeções, o que representa 8,2% de todos os casos registados no país desde o início da pandemia (12.565), com um dos dias a ser um dos com mais novas infeções.

O aumento de casos levou a taxa de incidência a quase duplicar de 6,1 casos por 100 mil habitantes na semana entre 02 e 08 de agosto para 11,2 por 100 mil habitantes na semana até 15 de agosto.

Quanto à vacinação, até 15 de agosto, tinham a primeira dose um total de 340.703 pessoas, ou 45,1% da população do país com mais de 18 anos, sendo que a vacinação completa abrangia 127.600 pessoas, ou 16,9% da população.