Em declarações após a reunião do Conselho de Ministros, face às críticas e dúvidas manifestadas acerca das orientações para a retoma das aulas presenciais nas escolas no próximo ano letivo, o ministro subscreveu as palavras proferidas na véspera pela diretora-geral da Saúde, assegurando que Graça Freitas “foi muito clara” e que o “distanciamento social é importante, mas não pode ser visto isoladamente”, face à existência de outras medidas.

“Vamos trabalhar com circuitos diferentes para cada um dos grupos, funcionando como bolhas. Vamos ter grupos separados, a existência de máscaras, a disposição das salas de aulas, a higienização pessoal e infraestrutural, a etiqueta respiratória, e, obviamente, também o distanciamento, que ficou muito claro que sempre que possível deve ser de um metro e sempre que possível deve ser o mais maximizado possível”, explicou.

Sublinhando a “multiplicidade de medidas para fazer face à existência do novo coronavírus”, Tiago Brandão Rodrigues invocou também a aprendizagem e a experiência adquiridas nos últimos meses, bem como a mudança operada nas relações sociais, para vincar a confiança numa retoma presencial das aulas com sucesso.

“[As orientações] só têm um sentido: aumentarmos a confiança e a segurança para as famílias e para todos os que trabalham nas nossas escolas para que, efetivamente, o que todos queremos – a retoma das atividades letivas e não letivas presenciais em setembro – possa ser uma realidade”, referiu.

Também a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, se pronunciou sobre o tema para enfatizar que o trabalho com as escolas para verificar as condições necessárias para o cumprimento das normas de segurança é feito “diariamente” pelo Ministério da Educação.

“As decisões que tomámos têm em conta a situação que vivemos do ponto de vista da saúde pública, permitem que, a cada momento, sejam tomadas decisões quanto à organização e o regime das escolas de acordo com a situação de saúde pública, e que as regras de segurança que nos permitiam conviver com este vírus também serão cumpridas. As orientações servem para que possa ser feito esse trabalho caso a caso e que pode ter soluções muito diversas”.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) voltou hoje a criticar as orientações do Ministério da Educação para o próximo ano letivo, pedindo para reunir com a Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre as condições de segurança sanitária previstas.

Na quarta-feira, a diretora-geral da Saúde reiterou que há "múltiplas medidas" no arranque do novo ano letivo para prevenir infeções pelo novo coronavírus, salientando que a distância mínima de um metro entre alunos não deve ser "vista isoladamente".

Segundo Graça Freitas, relativamente ao distanciamento entre alunos, o que "ficou escrito e consensualizado" entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde determina que, "sempre que possível, deve garantir-se um distanciamento físico entre alunos de pelo menos um metro, sem comprometer o normal funcionamento das atividades letivas". "Isto ficou redigido assim exatamente para que não seja comprometida a atividade letiva", realçou a diretora-geral da Saúde.

O próximo ano letivo arranca entre 14 e 17 de setembro, para todos os anos de escolaridade, com aulas que deverão ser presenciais, sempre que a situação epidemiológica o permitir.

Portugal contabiliza pelo menos 1.679 mortos associados à COVID-19 em 47.765 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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