Para João Trigo, diretor do colégio fundado em 2008 pelo empresário Belmiro de Azevedo, a liderança do ‘ranking’ é resultado também do trabalho de alunos, pais e professores.

Estes ingredientes, diz, culminam no conhecimento e, consequentemente, reconhecimento do projeto sonhado pelo fundador: “Uma escola de excelência e referência no sistema educativo português”.

No ‘ranking’ elaborado pela Lusa, que tem por base dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, esta escola privada ocupa o primeiro lugar, com uma média de 16,16 em 107 exames do secundário realizados.

“Estamos muito satisfeitos por atingir este objetivo. Diria que parte da ambição do fundador era ter uma escola que pudesse formar bons cidadãos e formar bem na dimensão do conhecimento”, observou João Trigo.

Mas, nesta jovem escola, que apenas dispõe das valências do 3.º ciclo e ensino secundário desde o ano letivo de 2017/2018, os exames nacionais “não espelham” as diferentes dimensões exploradas.

“O trabalho que fazemos vai além do que os exames conseguem medir", salientou o diretor, enumerando como preocupações educativas as componentes humanas, artísticas e emocionais dos cerca de 1.100 alunos que diariamente o colégio tem de preparar para "um mundo em constante mudança"

“Estamos a preparar jovens para o desconhecido, estamos num mundo marcado pela mudança exponencialmente acelerada. Às vezes não sabemos para onde vamos, mas as escolas têm uma responsabilidade acrescida nessa matéria”, observou.

Por considerar que cabe ao sistema educativo “ajustar, mudar e inovar”, o colégio tem apostado em áreas como o desporto, artes e línguas estrangeiras, mas também na responsabilidade social, solidariedade e sustentabilidade.

Se o desporto enaltece “hábitos saudáveis, trabalho em equipa e superação”, o voluntariado, a limpeza de praias, os dias “eco” e o apoio a pessoas em situação de sem-abrigo ou a crianças com dificuldades escolares permite “formar cidadãos com valores e conhecimento do mundo e da realidade”.

“Uma escola como esta não se faz só de resultados de exames nacionais, mas também se faz disso e deste conjunto de valências nas quais procuramos manter o padrão de exigência e rigor”, afirmou.

João Moreira frequenta o colégio desde a sua fundação e, agora no 12.º ano do curso de ciências e tecnologias, não duvida que a dedicação dos professores ao longo do seu percurso foi bastante importante “não só para os exames, mas também a nível pessoal”.

“Nós não temos trabalhos de casa, tudo o que fazemos fora da aula é porque nos propomos e os professores apenas nos guiam. O facto de termos essa liberdade é profícuo”, disse.

Na bagagem para o ensino superior, o estudante, que quer seguir o curso de Medicina, conta com experiências de voluntariado, no parlamento jovem e em olimpíadas de matemática e português.

Ao contrário de João, Hugo Palhares, de 18 anos, frequentou a Escola Secundária de Fontes Pereira de Melo, no Porto, até ao 9.º ano e foi através de uma bolsa de estudo, atribuída pela Fundação Belmiro de Azevedo, que conseguiu entrar no colégio.

As diferenças que encontra entre o ensino público e privado são várias, sobretudo a “atenção e dedicação” dos professores, diz o estudante que frequenta o 12.º ano do curso de ciências e tecnologias e ambiciona entrar no curso de Engenharia Física e Tecnológica.​​​​​

Hugo é um dos 16 alunos com uma bolsa da fundação a terminar o 12.º ano, esclareceu o diretor, salientando que a média de notas destes estudantes é superior a 18 valores.

Sendo também uma missão deste projeto recente “servir a sociedade”, a ambição do colégio para o próximo ano letivo é ter “cerca de 15% de alunos nesta situação”, isto é, entre 90 e 100 estudantes.

“Este programa de bolsas enriquece o nosso plano educativo, é mais inclusivo, diversificado, real e melhor para todos”, disse, observando que um dos objetivos de Belmiro de Azevedo era conseguir apoiar “alunos que têm muito caco e pouco cacau”, como frequentemente dizia.

“É isto que estamos a concretizar”, acrescentou João Trigo.