Mais de 7% das crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 10 anos sofrem de enurese noturna, quando a definição implica fazer chichi na cama, duas ou mais vezes por semana, ao longo do último mês. Numa definição mais ampla - ter urinado na cama no último mês - a ocorrência foi verificada em 43% das crianças. Este é um dos resultados de um estudo1 desenvolvido pela Associação Portuguesa do Sono (APS), com o apoio da Ferring Portuguesa, que é divulgado no âmbito do Dia Mundial do Chichi na Cama, que se assinala a 30 de maio.

A enurese noturna diz respeito à perda involuntária de urina durante o sono. Em crianças com idade superior a 5 anos a enurese noturna deixa de ser considerada uma condição normal e deve ser orientada. Mais frequentemente, esta situação é causada pelo excesso de produção de urina durante a noite e/ ou capacidade reduzida da bexiga. A dificuldade de acordar de um sono profundo pode ser outra causa.

96% dos pais não sabe que existe tratamento para a enurese noturna

Ainda segundo o mesmo estudo, que entrevistou pais de crianças entre os 5 e os 10 anos, conclui-se que 88% destes desconhece a expressão “enurese noturna” e que apenas 4% sabe que existe tratamento para esta condição clinica e também uma percentagem pequena (4%) recorreu a um médico.

Os dados analisados indicam também que as crianças que urinaram na cama no último mês dormem em média menos 42 minutos por noite e tendem a ressonar - pelo menos ocasionalmente - mais (75%) do que as crianças em geral (60%).

Para a maioria dos pais, a enurese noturna é apenas um fator mediano de stress, contudo, 76% estão preocupados com a influência que esta condição poderá ter no desenvolvimento da criança, 18% acha que a situação se pode prolongar até à idade adulta e para 5% a despesa também constitui um problema.

Hoje sabe-se que a enurese noturna tem impacto na autoestima, bem-estar emocional, funcionamento e desempenho escolar da criança. Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Chichi na Cama, a comunidade científica pretende sensibilizar para a necessidade de procurar orientação precocemente, já que alterações do estilo de vida, algumas vezes complementada com um tratamento mais especializado, podem resolver a situação.