Confesso que me apanhou completamente desprevenida. Claro que, por uma vez ou outra, o Miguel já teve amiguinhos a dormir lá em casa, sobretudo ao fim de semana. Assim conseguem prolongar as brincadeiras sem o drama da despedida, divertem-se com a novidade de dormirem no mesmo quarto, e a mãe do amigo até agradece a folga proporcionada.

O SOM PARA ESTE MOMENTO

Por muito que ame o meu filho, eu bem sei o quanto prezo uma noite de folga, nas alturas em que também o Miguel dorme em casa de um amiguinho e eu posso ir ao cinema ou planear um serão a dois com o meu marido.

Mas nada me tinha preparado para estes planos tão ambiciosos do miúdo. Acho que lá na escola a professora falou qualquer coisa sobre uma festa do pijama que iam ter daqui a algum tempo, e o Miguel não esteve com meias medidas: convidou os colegas todos para uma espécie de estágio. Vinte crianças, no total, a passar a noite em nossa casa.

Claro que tivemos de entrar em negociações. Não quis dizer de imediato “não” ao Miguel, mas expliquei-lhe que vinte amigos era muita gente, e mesmo que dormissem no chão em sacos-cama, na prática ia ser muito complicado. Assim, definimos um plano: primeiro convidava dez colegas para uma dormida lá em casa, e se tudo corresse bem daí a algumas semanas convidava os restantes para uma segunda edição.

Devo dizer-vos que a primeira festa do pijama foi um autêntico sucesso. Marcou-se o grande evento para uma noite de sexta-feira, para não haver complicações com a ida para a escola na manhã seguinte.

E o melhor momento foi mesmo a hora do jantar, com dez crianças barulhentas e irrequietas de repente em silêncio, debruçadas sobre um prato de massa em formato de margaridas com vegetais e peru. Depois das horas de brincadeira, correria e animação, o apetite era tal que só viam a comida à frente!

Foi tão divertido que mal podemos esperar pela segunda edição da festa do pijama.

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