O primeiro dia do Portugal Fashion ficou marcado pela criatividade dos novos designers emergentes, que surgiram a solo ou sob a alçada de escolas de moda.

Para este ano a Modatex apresentou algo diferente na passerelle do Portugal Fashion e isto deve-se ao facto de o curso estar diferente. A energia criativa e a exploração têxtil presentes, revelam não só a identidade de cada designer, assim como o papel transformador da moda.

Emp (José Vieira) – “Orlando” foi o ponto de partida para a criação desta coleção, que retrata um jovem nobre do final do século XVI, ordenado a viver para sempre pela Rainha Elisabeth I. Os coordenados revelam uma mistura de características dos dois géneros num único ser, de modo a exteriorizar algo que não é masculino nem feminino.

Cenatex:

Nature (Leandro de Sousa) – A principal inspiração da coleção são as roupas militares, quer pela sua funcionalidade e praticidade, quer pelo seu aspeto casual. A paleta de cores é constituída por cores ligadas à natureza, mas que se misturam e relaciona com os tons usados nas roupagens militares.

Structure (Lícia Silva) – A coleção tem como inspiração a proporção áurea com referência à arquitetura de James Eames. A paleta é composta por tons de pele, castanhos, azuis, cinzas e pretos. Cortes inovadores e com proporções que criam looks longilíneos.

IPCB/Esart:

Mindless (Diana Soares) – Inspirada no holocausto a coleção apresenta um contraste entre a desconstrução e o minimal. Detalhes clássicos como bolsos, cintos e aviamentos de metal proporcionam expressividade à coleção. A paleta é formada por tons terra, verdes subtis, que são intercalados com branco e dourado.

Genesis is a snake (Pedro Rocha) – A coleção retrata a criação do mundo segundo a visão da Bíblia. Assiste-se a uma explosão de cores em oposição com blocos de preto, cobras e dilúvios de flores.

Esad:

Alea (Rafaela Santos) – peças fluidas, manipulação de tecidos, camadas e sobreposições são os detalhes que marcam esta coleção, que apresenta uma paleta cromática de branco gelo, lavanda e creme/nude.

Britannia (Victor Huarte) – A coleção reflete a festividade da procissão de barcos realizada anualmente no dia 4 de junho pela escola de Enton, em Inglaterra. Esta demonstra uma estética com uma forte identidade visual, com tradições e elementos de folclore clássico que reinterpreta o guarda-roupa masculino e reflete a visão da moda.

The Origin of Love (Luís Sandão) – Nesta coleção as referências passam pelo fenómeno dos Gémeos Siameses e por isso, dá-se a exaltação da união física dos corpos e a transposição dela para o vestuário.

Filhos do Lago (João Sousa) – A coleção é inspirada na atração turística de Inle Lake, na Birmânia, a qual se trata de um lago de água doce, que tem vindo a ser ameaçado por agricultores de jardins flutuantes.

Out of Service (Rita Sá) – Retrata a história de uma personagem com uma atitude passiva e comodista, de um miúdo que cuja imagem exterior é construída de forma a parecer perfeita.

Maria Flora – A coleção pretende criar uma narrativa simbiótica entre o trabalho e o ócio. Este “post-office” mood é aqui interpretado com peças que desafiam o fitting, com drapeados despreocupados e espontâneos, assim como cortes oversized.

Muto (Maria Meira) – Um dos objetivos da coleção é cntar uma história concreta de mudança e transformação. Simboliza também a passagem de um momento negativo para um momento positivo através da utilização do preto e do branco.

Pina (Daniela Pereira) – A coleção representa as principais peças da coreógrafa e dançarina Pina Bausch. O principal foco são os volumes e cores das peças, assim como a paleta de cores, composta por preto, rosa, bege, bordeaux e verde.

I Want to Reach Absolute Zero (Joana Braga) – A coleção é composta por peças de ombro caídos, silhuetas oversized e desleixadas, que materializam a ideia do aborrecimento, dos dias longos de verão. A desconstrução de peças é resultado da distração e adiamento das tarefas e etapas, onde detalhes de clássicos estão descontextualizados ou divididos.

Veja as fotos dos desfiles abaixo: