Foi nos Países Baixos, que, em meados do século XVII, o físico e cientista Franz de le Boë, que viria a ficar conhecido como Franciscus Sylvius, desenvolveu o que primeiramente foi um medicamento natural para tratar doenças renais. Só anos mais tarde é que passaria a ser apreciado enquanto bebida licorosa. Feito à base de fruta e/ou de botânicos e de cereais neutros, o gin resulta de um processo de destilação que muitas empresas portuguesas ainda continuam a desenvolver de forma artesanal.

1. Sharish

É um dos mais (re)conhecidos. António Cuco, o mestre destilador que criou a marca, começou a produzi-lo por brincadeira, em 2013, numa fase em que estava desempregado mas tornou-se rapidamente num caso sério. Passou de uma bebida caseira para um gin premium de qualidade elogiada. O gin Sharish é elaborado, nos arredores de Reguengos de Monsaraz, em alambiques tradicionais portugueses com matérias-primas locais de qualidade, como é o caso da laranja, do limão, da lúcia-lima e da erva-príncipe.

2. Cobalto Douro

É deles o primeiro gin totalmente produzido no Douro e foi ao rio, aos azulejos portugueses alusivos aos barcos rabelos e à literatura de Miguel Torga, que foi buscar o azul cobalto que o caracteriza. Cobalto-17, o gin clássico da Cobalto Douro, destilado em alambique tradicional e engarrafado de modo artesanal, lançado em 2015, incorpora seis botânicos. Depois desse, a empresa do enólogo Edgar Rocha e do engenheiro químico Miguel Guedes lançou mais dois. The Wizzard Blue e The Wizzard Gold.

3. Angel

Inspirados nas origens familiares, os irmãos Nelson Rosado e Sérgio Rosado, a dupla de cantores e compositores que forma o grupo musical Anjos, foram buscar a semente de coentro ao Alentejo e a alfarroba ao Algarve. Depois, juntaram-lhes mais nove botânicos e nasceu o Angel, um gin fresco e aromático, produzido artesanalmente na Portuguese Distillery & Friends, na Fonte do Alqueive, Estremoz, onde também é engarrafado. É representado e distribuído pela Viriathus Drinks, Lda, em Sintra.

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4. Black Pig

Em Santiago do Cacém, no Alentejo, entre sobreiros e azinheiras, em sintonia com a natureza e as tradições da região, onde predominam as essências da terra, é produzido um gin seco. Black Pig foi o primeiro gin da costa alentejana. Nascida em 2007, a empresa que o fabrica, avançou para a sua produção após a inauguração da sua destilaria, em 2018. Feito com botânicos de origem biológica autóctones, criteriosamente colhidos e selecionados, é, segundo a marca, o gin mais premiado da Europa.

5. The Fox Tale

O reencontro entre a raposa e o principezinho que Antoine de Saint-Exupéry idealizou quando escreveu aquele que é um dos livros infantis mais famosos do mundo foi o ponto de partida para a criação de The Fox Tale, uma marca de gin que se assume como um hino à amizade. Com um paladar herbal e um sabor limpo e fresco, está disponível em três variedades. Em 2019, ganhou uma medalha de bronze na edição desse ano do concurso International Wine & Spirit Competition (IWSC).

6. Benefício

Produzido pela empresa O Benefício Existe, uma editora com uma área de atuação diversificada que também já lançou no mercado um azeite, uma mochila feita à base de cintos de segurança reutilizados, um licor de ginja, dois licores e duas aguardentes, uma de medronho e outra de figo. Já disponível em três variedades, o Benefício é o primeiro gin português à base de cânhamo. Foi desenvolvido durante a pandemia em colaboração com a empresa portuguesa GinT e promete surpreender o mercado.

7. Azor

O nome não engana ninguém ainda que possa deixar muitos baralhados. O Azor é um gin premium com notas frutadas que é destilado no território continental português com as melhores especiarias e com os melhores produtos regionais do arquipélago dos Açores. Submetido a cinco destilações individuais antes da comercialização, é uma bebida que pretende homenagear os descobrimentos portugueses. Foi criado por Marta Pinto, uma das duas mulheres no mundo que destilam gin.

8. I'MaGin

Este gin artesanal, produzido pela MCM Artisan Distillers, no Casal do Picaró, no concelho de Santarém, é o orgulho dos quatro membros da família Melícias envolvidos no projeto. Elaborado num pequeno alambique de cobre com apenas 20 litros de capacidade, o I'MaGin é feito, quase exclusivamente, com botânicos locais colhidos nas bucólicas paisagens serranas do Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros.

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No seu fabrico, são também usados frutos da leziria ribatejana e da pimenteira-rosa existente no quintal da família, a variedade botânica que aparece na rotulagem. Os limões são do quintal. As exceções são o zimbro, que não existe na região, bem como o freixo, proveniente de uma árvore secular existente em casa dos avós dos produtores em Torres Vedras. A produção máxima não ultrapassa os 1.500 litros por ano.

9. Gin Sul

É destilado em Hamburgo, na Alemanha, na Altonaer-Spirituosen-Manufaktur, fundada por Stephan Garbe, mas tem uma alma portuguesa. As suas origens estão localizadas mais a sul, a cerca de três milhares de quilómetros, na Costa Vicentina. É de lá que são provenientes muitos dos ingredientes usados pela Gin Sul, como é o caso dos limões, do zimbro selvagem, do alecrim fresco e também aquele que é considerado o seu ingrediente mais diferenciador, a esteva. É destilado à moda antiga num alambique de cobre.

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10. Big Boss

Alegam ter fabricado o primeiro gin premium português mas não se ficaram por uma única proposta. Desenvolvido por Marta Pinto, uma das duas mulheres no mundo que destilam gin, em parceria com a empresa Caves Neto Costa, no mercado desde 1931, começou a ser comercializado no final de 2019. Na altura, a marca já tinha o gin Commodore.

O Big Boss Dry resulta de uma fórmula que inclui 11 botânicos destilados individualmente seguindo métodos artesanais, incluindo zimbro, raiz de angélica e cardamomo. Para além desse, a produtora criou também um gin floral, o Big Boss Pink, com 13 botânicos, a contar com o zimbro, o alcaçuz e os frutos vermelhos que leva na sua composição.

11. Sun Doors

É em Verdelho, nos arredores de Santarém, que está localizada a unidade fabril onde é produzido o Sun Doors, um gin ribatejano mais suave e frutado do que os seus concorrentes. Os 23 ingredientes utilizados na sua formulação são, na sua maioria, provenientes dos campos da região.

Ficam, depois, a macerar em álcool e, posteriormente, é feito o processo de destilação, em alambique de cobre. O portefólio da marca é composto pelo Sun Doors Premium, que é a base do Sun Doors Premium Pink e do Sun Doors Premium Winter, o primeiro gin de inverno produzido em Portugal.

12. Amicis

O nome vem do latim e significa amigos. Esta marca portuguesa, criada em 2016, nasceu da paixão pela natureza e pelas serras portuguesas, dando origem a um gin premium que, com a simplicidade dos seus 14 botânicos colhidos na serra de Sicó e na serra do Açor, começou a ganhar prémios internacionais logo no ano seguinte, em Bruxelas, na Bélgica. Localizada em Taveiro, no distrito de Coimbra, a Amicis tem vindo a afirmar-se no mercado como uma das marcas de gin de eleição dos consumidores.

13. Tinto

Tem nome de vinho mas é gin. Produzido nos arredores de Valença, no Minho, uma área abundante em ervas frescas e flores silvestres, como o endro, a amora, a erva-cidreira, a papoila e o alecrim, alguns dos botânicos utilizados no fabrico desta bebida espirituosa, intregra ainda na sua composição perico, uma variedade de pera com um travo agridoce cultivada localmente. A aguardente que serve de base ao Tinto é uma mistura de centeio e cevada. A maceração dos ingredientes é feita lentamente de forma a maximizar os seus sabores.

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14. Gin 13

Foi o primeiro gin português de rotação a ser lançado no mercado nacional. Elaborado com 13 botânicos, zimbro, semente de coentro, limão, tangerina, cardamomo, gengibre, amêndoa, raiz de angélica, alcaçuz, erva-príncipe, flor de jasmim, chá preto e lúpulo, um ingrediente usado nas cervejas artesanais, o Gin 13 é destilado em alambiques tradicionais portugueses. O design da garrafa, com um gato preto, um trevo e várias caveiras, foi inspirado na simbologia associada ao número do azar.

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15. Adamus

É o único gin em que um dos botânicos é a casta baga da Bairrada. A primeira remessa deste gin integralmente biológico foi lançada em 2015, com uma série limitada de 4.448 garrafas. Todos os anos, a Adamus produz um número reduzido de unidades, uma estratégia diferenciadora que pretende manter. A explicação é simples. O nome que lhe deram vem da palavra grega adamas, que significa diamante. Uma preciosidade que resulta da testagem de 86 botânicos naturais. No final, ficaram 18. A maior parte do processo produtivo é manual.

16. Templus

Foi o primeiro gin biológico da Península Ibérica e é português. Produzido na fábrica da empresa 3 Bicos, na periferia de Évora, no Alentejo, com recurso a técnicas de fabrico artesanais e a ingredientes de origem biológica, leva ervas aromáticas e cereais maltados certificados biologicamente. A fermentação daquele que foi o sexto gin bio do mundo é feita em alambiques de cobre. A única coisa que não é feita artesanalmente é o enchimento das garrafas, uma vez que até o próprio arrolhamento é feito à mão.

Gin

17. Valley

É produzido à mão a partir de sete destilações individuais feitas com nove botânicos. Alguns são originários da serra do Gerês, de onde também provém a água usada na sua fabricação. Para além de zimbro e hortelã-pimenta, é feito com erva-de-são-joão e laranja. O processo de maceração de cada botânico é individual e 100% artesanal. O resultado é um gin floral com notas cítricas, o primeiro da região, em perfeita comunhão com a paisagem natural serrana que lhe confere o sabor.

Valley

18. Gotik

É nas Fontainhas, no concelho de Santarém, que a MVP Gin, recorrendo a técnicas de destilação ancestrais em alambique de cobre, em detrimento da tecnologia mais recente, dá origem ao Gotik, uma bebida espirituosa que já ganhou vários prémios nacionais e internacionais. Na génese da marca, que produziu o primeiro gin ribatejano e já conta com três variedades, está um produtor de abóbora-manteiga da região, que avançou com o projeto com mais quatro empreendedores.

19. Friday Chic

É uma das marcas da Caves da Montanha, uma empresa portuguesa de bebidas sediada em Anadia. O Friday Chic é um gin premium direcionado para um consumidor sofisticado, cosmopolita, ambicioso, exigente, viajado e curioso. Produzido num ambiente agrícola e vinícola, com quatro botânicos essenciais, zimbro, cardamomo, flor de laranjeira e folha de videira, é uma bebida versátil e elegante, com toque adocicado e travo aromático quente e frutado.

20. GinT

O GinT Rubro foi o primeiro a ser produzido pela GinT, uma empresa fundada por dois amigos com raízes transmontanas e açorianas, Tiago Sanches e Rute Silva. Com um aroma florestal, resinoso, acre e ao mesmo tempo fresco, abriu portas para o lançamento de outras propostas da marca, como o GinT Heads & Tails, o GinT 202X, o GinT Hysson e o GinT Spirit. Sediada em Guilhabreu, no concelho de Vila do Conde, a empresa tem uma loja online que também vende chocolate com gin.