No site da ASAE, através do seu Conselho Científico, podemos ler que “a crescente preocupação sobre o coronavírus (SARS-CoV-2) e a doença respiratória aguda a ele atribuída (COVID-19), que levou à declaração de pandemia pela OMS [Organização Mundial da Saúde), levanta questões e receios sobre a sua transmissão. A contaminação através da comida e de outros objetos de uso comum (como telemóveis) são algumas dessas preocupações”.

De acordo com a ASAE, “tomando em consideração todos os estudos científicos levados a cabo até ao momento, não existe evidência de qualquer tipo de contaminação através da ingestão de comida cozinhada ou crua”.

Contudo e na salvaguarda da saúde pública, “e aplicando o princípio da precaução, o reforço das medidas de higiene e limpeza é altamente aconselhado porque as boas práticas reduzem claramente a concentração de vírus e diminuem eficazmente a probabilidade de contaminação”.

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Pormenorizando, continua o comunicado da ASAE: “apesar da adaptação deste vírus aos humanos ser muito recente, existe já uma considerável produção científica num curto espaço de tempo. Tanto nesta como na investigação anterior sobre os outros coronavírus, não existe nenhum tipo de evidência sobre a possibilidade de infeções devido à ingestão de comida. Isto é verdadeiro, tanto em relação ao SARS-CoV como em relação ao chamado Síndrome Respiratório do Médio Oriente (MERS-CoV), como relativamente ao que se estudou sobre este coronavírus: não existe qualquer evidência sobre a contaminação através da ingestão da comida”.

“As possíveis explicações estarão relacionadas com a baixa estabilidade deste tipo de vírus no ambiente (ou seja, o período em que existe a probabilidade de contaminação ser curto) bem como o fato de ter que haver uma concentração relativamente alta para que a contaminação tenha viabilidade”, lemos.

Mas o que se conhece, com segurança, é a comprovada eficiência dos procedimentos de limpeza das superfícies para a redução das populações de vírus e a eliminação da viabilidade de contaminação.

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A este respeito, para evitar a propagação do novo coronavírus, a Direção-Geral da Saúde recomenda:

- Evite tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos.
- Limpar e desinfetar com frequência objetos e superfícies de contacto em sua casa e no seu local de trabalho e evitar partilhar comida ou objetos.
- Quando espirrar ou tossir, tape o nariz e a boca com o braço ou com um lenço de papel que deverá ser colocado imediatamente no lixo.
- Quando estiver com outras pessoas, proteja-se e mantenha uma distância de pelo menos um metro.

Ainda no que respeita à preparação, confeção e consumo de alimentos, adianta a ASAE que se “devem reforçar-se as medidas de higiene que já antes da pandemia eram recomendadas:

- Lavagem prolongada das mãos seguida de secagem apropriada evitando a contaminação cruzada (por exemplo fechar a torneira com uma toalha de papel ao invés da mão que a abriu enquanto suja);

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- Desinfeção apropriada das bancadas de trabalho e das mesas com produtos apropriados;
- Evitar a contaminação entre comida crua e cozinhada;
- Cozinhar e “empratar” a comida a temperaturas apropriadas [através dos diferentes métodos de confeção: assados, guisados, fritos, cozidos, grelhados] e lavar adequadamente os alimentos crus ;
- Evitar partilhar comida ou objetos entre pessoas durante a sua preparação, confeção e consumo”.

A ASAE aconselha o acompanhamento da situação na sua página e na do Ministério da Saúde.