Há vários tipos de distorções cognitivas e um deles, que falarei hoje, é o pensamento de “8 ou 80”, mais especificamente, o Pensamento Tudo ou Nada, que é um dos maiores obstáculos para quem quer perder peso.

O Pensamento Tudo ou Nada existe quando a pessoa faz uma conceção, uma argumentação ou um julgamento de algo em termos absolutos, usando expressões como “sempre”, “nunca”, “não há alternativa”, entre outros.

25 truques inimagináveis para perder peso
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Vou dar alguns exemplos deste pensamento que, normalmente, podem ocorrer durante um processo de emagrecimento:

  • “Ou faço a dieta de forma exímia ou se acontecer um deslize, como tudo o que tiver à frente”;
  • “Já que não consegui resistir a estes alimentos, de agora em diante vou comer tudo o que tiver à frente”;
  • Ou perco 3kg na primeira semana ou nunca mais farei dieta”

Identifica-se com este tipo de pensamentos? 

É preciso corrigir este tipo de pensamentos disfuncionais. Isto porque quando pensamos de forma funcional, os nossos comportamentos tornam-se, também eles, funcionais. E só assim conseguiremos alcançar os objetivos pretendidos. Muitas pessoas não conseguem emagrecer porque pensam de forma disfuncional acerca da dieta e assim torna-se muito mais difícil, senão impossível. O que deve fazer?

Imagine que tem uma lesão num músculo e que tem de fazer fisioterapia para voltar a ser como antes. A fisioterapia serve como treino para o músculo perceber o que deve voltar a fazer e qual o comportamento que tem de ter. No emagrecimento passa-se exatamente o mesmo. Temos o nosso cérebro, que precisa de ser treinado todos os dias, para ganhar novos hábitos e um novo estilo de vida. E isso só é possível se o treinar; para que o processo de emagrecimento se torne mais fácil e, no final, seja algo intrínseco e que não precisa de pensar.

A isto chama-se reestruturação cognitiva e é possível fazê-lo com a ajuda de um psicólogo. O mais importante de tudo é que a eliminação destas distorções cognitivas melhoram as nossas emoções, o nosso bem estar e baixa a probabilidade da ocorrência de doenças, tal como a depressão ou ansiedade, como nos contam alguns estudos e a própria realidade em si.

Um artigo da psicóloga Mafalda Leitão, das Clínicas Em Forma.