As parasitoses intestinais constituem um problema de saúde pública a nível mundial. Com a melhoria das condições de higiene, a sua prevalência na população portuguesa foi diminuindo progressivamente, atingindo números que não são preocupantes, mas que continuam a ter um peso importante nos distúrbios do foro gastro-intestinal, com sintomatologia de gravidade variável.

As parasitoses intestinais são infeções do aparelho gastrointestinal causadas por parasitas. Estes englobam organismos de tamanho e características muito diferentes, desde microrganismos (que apenas se conseguem visualizar ao microscópio) até parasitas maiores.

A infeção é habitualmente causada por via fecal-oral, ou seja, através da ingestão de larvas e ovos presentes em solos, alimentos e águas contaminadas e pela lavagem incorreta das mãos.

Os grupos mais afetados são as crianças, doentes com defesas diminuídas (como pacientes imunodeprimidos por transplantação, infeção por VIH ou terapêuticas imunossupressoras) e viajantes que regressam de países com menor índice sanitário.

A maioria das parasitoses intestinais é bem tolerada pelo paciente quando as suas defesas são normais, evoluindo sem queixas ou apenas com sintomas gastrointestinais inespecíficos, como dor e obstrução abdominal, vómitos, diarreia e febre, frequentemente associadas a perda de peso. Os sintomas dependem da espécie infestante, podendo o doente ser assintomático. Uma parasitose intestinal grave em crianças pode conduzir a um estado de deficiência nutricional, ao atraso no crescimento e a um mal-estar geral.

A infeção causada por cada parasita pode apresentar aspetos particulares, permitindo orientar o diagnóstico, que é concretizado com a análise laboratorial de amostras de fezes.

Um artigo do médico Germano de Sousa, especialista em Patologia Clínica.