A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica tem elevada prevalência na população portuguesa, pois afeta cerca de 800 mil portugueses, ou seja, cerca de 14% da população acima dos 40 anos de idade, "mas o grande problema é que apenas 1% dos doentes estão diagnosticados”, afirma a médica pneumologista Ana Sofia Oliveira,  da direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

A propósito do Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), Ana Sofia Oliveira chama a atenção para a importância de as pessoas não desvalorizarem sintomas como a falta de ar (dispneia) e a tosse, sublinhando que esta doença está subdiagnosticada.

A especialista insistiu que há “um grande número de doentes por diagnosticar” e lembrou que “as pessoas não estão muito alerta para os principais sintomas, que se vão instalando de forma progressiva e insidiosa, como a dispneia, a tosse e a expetoração”.

”Como se instalam de forma crónica, a maior parte dos doentes vão adaptando as suas atividades do dia a dia à presença desses sintomas e modelam o que fazem às suas limitações”, afirmou, explicando: “Se não conseguem subir dois lanços de escadas, vão de elevador, acabando por desvalorizar e não procurar ajuda logo”.

Ana Sofia Oliveira defende que não se deve desvalorizar as queixas, para que, com acompanhamento médico, se possa fazer o exame (espirometria) que ajuda a diagnosticar a doença e acompanhar o doente de forma a ter os sintomas controlados e evitar agravamentos.

Quem já tem a doença diagnosticada deve “seguir as orientações dadas pelo médico assistente e cumprir a medicação”. “Se tiverem exacerbação de sintomas, não devem deixar-se ficar até ao limite pois pode ter consequências danosas”, reforçou.

A especialista defendeu ainda que estes doentes devem cumprir a vacinação contra a gripe e antipneumocócica, pois “servem de proteção, evitando agudizações da doença”.