O Volume 2 do Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos, relativo ao “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano” no ano passado, conclui que "o indicador de água segura mantém o seu valor nos 99%, podendo garantir-se à população que pode beber água da torneira com confiança".

De acordo com um comunicado da ERSAR, o indicador água segura na torneira do consumidor fixou-se em 2020 nos 98,85%, o que representa um acréscimo de duas décimas em relação a 2019 e confirma a evolução positiva desde 1993 (50%) e a permanência no patamar de excelência desde 2015.

Os dados da ERSAR revelam que a maioria dos concelhos (79%) apresenta percentagens iguais ou superiores a 99% no indicador de qualidade da água, sendo que 15% dos municípios possuem uma percentagem de água segura de 100% visto que não apresentaram nenhum incumprimento em todas as análises.

Apenas num município - Santo Tirso (91,89%) - se registaram resultados globais por concelho com valores de água segura inferiores a 95%, caso essencialmente relacionado “com a avaria dos sistemas de tratamento das captações de água que servem as escolas não abrangidas pela rede pública de distribuição, o que fez com que neste período não fossem realizadas todas as análises previstas no programa de controlo da qualidade da água”.

A situação “foi ultrapassada pelo fornecimento de água engarrafada pelo município até regularização, em articulação com a autoridade de saúde, garantindo-se assim a proteção da saúde humana. De registar que a percentagem de água segura na maior zona de abastecimento de Santo Tirso é de 99,81%”, esclarece a ERSAR.

“No ano de 2020, a ERSAR realizou 21 ações de fiscalização para verificar o cumprimento dos requisitos legais do regime da qualidade da água para consumo humano (57 % na região Norte, 29 % na região Centro e 14 % na região Alentejo). Refira-se que este número de ações de fiscalização foi condicionado pelo estado de emergência e pelos confinamentos obrigatórios resultantes da pandemia de Covid-19”, diz a entidade reguladora no comunicado.

 A entidade sublinha que, apesar dos desafios colocados pela Covid-19, “foi possível manter a segurança da água da torneira graças à cooperação inexcedível entre as entidades gestoras, a entidade reguladora ERSAR, as autoridades de saúde, os laboratórios e demais intervenientes no processo de controlo da qualidade da água”.

“Esta cooperação permitiu que os programas de controlo da qualidade da água (PCQA) aprovados pela ERSAR fossem implementados por todas as entidades gestoras dos sistemas públicos de distribuição sem alterações significativas e, acima de tudo, sem qualquer prejuízo para o controlo da qualidade da água destinada ao consumo humano e, por inerência, para a proteção da saúde humana”, conclui.