Segundo o Governador do Estado de Victoria, Daniel Andrews, 10 das mortes ocorreram em lares de idosos e, só neste Estado, foram detetados 394 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.

A Austrália contabiliza assim 21.084 casos e 295 mortes, sendo que 14.659 dos infetados e 210 mortes são no Estado de Victoria.

Hoje, as autoridades deste Estado anunciaram um pacote de ajuda de 59,7 dólares australianos (36,2 milhões de euros) destinados a serviços de saúde mental.

A Austrália parecia ter controlado a pandemia, mas em inícios de julho surgiu um surto no Estado de Victoria, especialmente concentrado na capital, Melbourne, que se agravou por um suposto incumprimento das medidas de quarentena impostas aos viajantes internacionais.

As autoridades do Estado ordenaram, em 09 de julho, o confinamento em Melbourne por seis semanas, mas como as transmissões locais continuaram foi imposto o recolher no último domingo e, na quinta-feira, as restrições foram elevadas ao nível quatro até meados de setembro.

O confinamento total implica o encerramento dos negócios não essenciais como as lojas de retalho e ginásios, assim como restrições nas operações em setores como os da construção e de processamento de carne.

As medidas impostas em Victoria, um Estado que representa 23% da economia nacional, “têm um custo muito significativo e causarão impacto no caminho da recuperação”, disse aos jornalistas o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, na quinta-feira, em Camberra.

Um custo estimado em, pelo menos, 10.000 milhões de dólares australianos (6,062 milhões de euros) e uma taxa de desemprego que se prevê aumentar de 9,25% para 10%, embora a taxa efetiva possa rondar os 13%.

A pandemia de covid-19 já provocou cerca de 722 mil mortos e infetou mais de 19,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.