O avião que transportava cerca de 250 cidadãos europeus saiu às 23h00 da cidade chinesa que está de quarentena devido ao novo coronavírus. A viagem durou cerca de 14 horas. A aterragem ocorreu pelas 13:30 (hora de Lisboa), segundo a agência Lusa.

Todos os 17 portugueses foram autorizados a embarcar, após as análises realizadas pelas autoridades de saúde chinesas não terem revelado sintomas do novo coronavírus.

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De acordo com o secretário de Estado da Proteção Infantil, Adrien Taquet, citado pela France-Presse, nenhum dos passageiros apresentou sintomas de infeção durante a viagem.

Alguns dos passageiros que chegaram neste voo serão examinadas numa estância balnear perto de Marselha, onde já se encontram 179 pessoas em quarentena.

Este é o segundo avião que aterra em França proveniente da China. O primeiro tinha aterrado na sexta-feira com 180 pessoas a bordo.

Em declarações à TSF, Miguel Matos, um dos passageiros portugueses que embarcou neste voo, afirmou que a viagem foi bastante tranquila e que estavam a fazer um check-up com uma equipa médica francesa. Os passageiros também irão fazer novo check-up quando chegarem a território português. De acordo com o português, a maioria dos portugueses, ele incluído, vão optar por fazer o período de quarentena, apesar de as análises prévias feitas na China não terem revelado sintomas do novo coronavírus.

Os portugueses deverão ser ainda na tarde de domingo transportados para Portugal por um C130 da Força Aérea Portuguesa que já se encontra em Marselha. Devem aterrar hoje, pelas 18h30, em Figo Maduro, de acordo com o Observador. A ligação entre França e Portugal vai ser acompanhada por uma equipa médica.

O avião A-380 da companhia portuguesa Hi Fly que transportou os cerca de 250 europeus até França foi fretado pelo Governo em Paris e partiu na quinta-feira de Beja, Portugal. A aeronave fez escalas em Paris, França, e Hanói, no Vietname, antes de chegar a Wuhan, no centro da China, no sábado à noite.

Dois hospitais vão receber portugueses regressados de Wuhan

O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, serão as unidades que dispõe de instalações para albergar estes portugueses que regressam da zona de Wuhan.

A diretora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, convocou na sexta-feira ao fim da tarde uma conferência de imprensa em que admitiu que o grupo de portugueses que vai regressar da China é "especial", por estar no "epicentro de uma nova doença".

Graça Freitas indica que o Ministério disponibiliza instalações "tranquilas e dignas" para que possam estar em "isolamento profilático", desde que os cidadãos aceitem estas condições. Segundo a DGS, os cidadãos repatriados serão aconselhados a estar em quarentena durante 14 dias. Podem fazê-lo em casa ou nas unidades disponibilizadas supra referidas.

Veja em baixo o mapa interativo com todos os casos de coronavírus confirmados

Vírus continua a alastrar

A China elevou para 304 mortos e mais de 14 mil infetados o número de vítimas da doença no último balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

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Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há dezenas de casos de infeção confirmados em 25 outros países.

A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional. Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

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Artigo atualizado às 16h06 com as declarações de Miguel Matos.