"Foi com profunda tristeza que tomei conhecimento da morte da nossa colega e muito estimada professora Maria de Sousa. Investigadora por excelência, catapultou a ciência, a medicina e a investigação portuguesa além-fronteiras para patamares de excelência, sem nunca deixar de colaborar no desenvolvimento de instituições em Portugal, como por exemplo a Universidade do Porto", disse Miguel Guimarães em comunicado.

O trabalho da cientista Maria de Sousa "foi justamente reconhecido em vários prémios e distinções, de caráter nacional e internacional", considera o bastonário.

"Esta é uma perda inestimável para o nosso país e para a ciência, mas estou certo de que o legado que Maria de Sousa, nomeadamente pelo exemplo de dedicação, rigor e capacidade de aliar a investigação científica à prática clínica, perdurará e continuará a ser um farol nas nossas vidas profissionais", lê-se ainda na nota.

"Todos vamos sentir muito a sua falta. À família enlutada, endereço as minhas sentidas condolências", conclui o comunicado.

imunologista Maria de Sousa morreu durante a madrugada de hoje no Hospital de São José, em Lisboa, vítima da infeção pelo novo coronavírus, disse à agência Lusa uma fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central. Segundo a mesma fonte, a investigadora estava internada nos cuidados intensivos do Hospital de São José, que integra o Centro Hospitalar Lisboa Central.

A notícia da morte de Maria de Sousa, nascida em 1939, foi avançada pelo jornal Público. Cientista, escritora, professora universitária, Maria de Sousa, de 81 anos, era professora Emérita da Universidade do Porto e investigadora honorária do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Era ainda membro do júri do Prémio Pessoa.

A 16 de outubro de 2009, aos 70 anos, jubilou-se da atividade docente no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, dando a sua última aula intitulada "Uma escola sem muros".

Recebeu o Grande Prémio Bial de Medicina em 1995, o Prémio Estímulo à Excelência em 2004 e a Medalha de Ouro de Mérito Científico em 2009, ambos atribuídos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Seguiram-se o Prémio Universidade de Coimbra 2011 e o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

Foi condecorada por três presidentes da República: em 1995 por Mário Soares com o grau de grande-oficial da Ordem Infante D. Henrique, em 2012 por Aníbal Cavaco Silva com o grau de grande-oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e em 2016 por Marcelo Rebelo de Sousa com a grã-cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).