Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde, Marta Temido, e enviada hoje à agência Lusa, o deputado do BE Moisés Ferreira defende ser "essencial" que o hospital de Beja "proceda ao esclarecimento" do caso e, "perante a situação", que seja ainda "acionada a intervenção da IGAS e disponibilizado o acesso ao relatório resultante".

Através da pergunta, o deputado bloquista questiona se o Governo tem conhecimento da situação e se a IGAS irá abrir um inquérito ao atendimento prestado ao homem na urgência do hospital de Beja.

Moisés Ferreira também quer saber se "foram acautelados os reforços dos recursos humanos para responder adequadamente à procura dos serviços" do hospital de Beja e se esta unidade de saúde "dispõe de recursos humanos necessários ao seu funcionamento".

Em declarações à agência Lusa, Ana Teixeira, cunhada, contou que o homem morreu, no passado dia 31 de janeiro, "sentado numa cadeira de rodas à porta da urgência" do hospital após ter estado mais de três horas, "entre as 17:30 e as 21:00", na sala de espera com uma "pulseira amarela" (caso considerado urgente) à espera de ser atendido por um médico.

Segundo o sistema de Triagem de Manchester usado no Serviço Nacional e Saúde (SNS) para classificar, através de um protocolo clínico, a gravidade de cada doente que recorre a um serviço de urgência hospitalar, a pulseira amarela é atribuída a um caso urgente e o doente deverá ser atendido dentro de uma hora.

Contactado pela Lusa, o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que gere o hospital de Beja, lamentou a morte do homem e informou que foi aberto, no dia 05 deste mês, "um processo de inquérito para esclarecer a situação".