Estudos preliminares revelaram que a fórmula induz uma resposta de anticorpos neutralizantes contra múltiplas variantes da SARS-CoV-2 identificadas pela Organização Mundial da Saúde, incluindo a altamente contagiosa Ómicron, segundo dados da empresa difundidos hoje pelo jornal estatal chinês Global Times.

As quatro vacinas contra a covid-19 disponíveis na China, desenvolvidas pela Sinovac, Sinopharm (duas) e CanSino, utilizam vetores de adenovírus inativados, o método de inoculação mais tradicional e seguro, mas cuja eficácia é inferior às vacinas mRNA, como as desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech ou a Moderna.

A candidata da CanSino também provou fornecer maior proteção contra a infeção, em comparação com as vacinas atualmente disponíveis, de acordo com o mesmo jornal.

O pedido para iniciar ensaios clínicos foi apresentado pela farmacêutica em conjunto com a sua subsidiária CanSino Shanghai, fundada em julho passado, para se concentrar no desenvolvimento da tecnologia de ARN mensageiro.

Pelo menos oito laboratórios do país asiático estão a tentar desenvolver vacinas mRNA, com a maioria dos projetos já em fase de testes clínicos.

As autoridades de saúde enfatizaram recentemente a necessidade de a China ter em breve a sua própria vacina mRNA, para lidar com a onda de surtos causados pela Ómicron, que provocou um número sem precedentes de infeções no país desde o início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020.

O país vacinou 88,1% da sua população (1.411 milhões de habitantes) com duas doses, incluindo 224 milhões de pessoas com mais de 60 anos, entre os quais 143 milhões também receberam dose de reforço, segundo dados divulgados pela Comissão de Saúde da China na semana passada.

O país somou 1.366 casos positivos de covid-19, nas últimas 24 horas, a maioria concentrados no município de Xangai e na província de Jilin.

As autoridades de saúde também relataram a deteção de 11.771 casos assintomáticos, embora Pequim não os contabilize como casos confirmados, a menos que apresentem sintomas.