Cada um dos 17 portugueses repatriados pode optar por ir para casa ou por ser internado num dos dois espaços disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Em todo o caso, a Direção-Geral da Saúde (DGS) deverá recomendar aos cidadãos retirados de Wuhan um período de confinamento de 14 dias, o período máximo de incubação do vírus.

O avião transporta 17 portugueses e duas cidadãs de nacionalidade brasileira que tiveram o apoio da Embaixada de Portugal, em Pequim para embarcar nesta operação de repatriamento. Este grupo, que foi retirado da cidade chinesa de Wuhan, foco do novo coronavírus, deverá aterrar pelas 20:30h de hoje na Base Aérea de Figo Maduro, disse à agência Lusa fonte do Ministério da Saúde.

A mesma fonte adiantou que está agendada, também para hoje, às 21:00, uma conferência de imprensa da ministra da Saúde, Marta Temido, para abordar o tema.

Em caso de optarem pelo internamento, os hospitais que vão receber os portugueses são o Pulido Valente, em Lisboa, ou o Hospital Militar, no Porto.

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Em declarações à TSF, Miguel Matos, um dos repatriados, revelou que a maioria dos portugueses, ele incluído, vão optar por fazer o período de quarentena, apesar de as várias análises feitas até ao momento não terem revelado vestígios do novo coronavírus.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, convocou na sexta-feira ao fim da tarde uma conferência de imprensa em que admitiu que o grupo de portugueses que vai regressar da China é "especial", por estar no "epicentro de uma nova doença". Graça Freitas indicou que o Ministério disponibilizou instalações "tranquilas e dignas" para que possam estar em "isolamento profilático".

Segundo a DGS, os cidadãos repatriados serão aconselhados a estar em quarentena durante 14 dias. Podem fazê-lo em casa ou nas unidades disponibilizadas supra referidas. A legislação portuguesa só permite internamento obrigatório em casos de doença mental, pelo que os portugueses repatriados já ficarão em quarentena se o quiserem.

O médico Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde, defende que é preciso mudar a lei para impedir que doentes com "liberdade excessiva" ponham em causa a Saúde Pública.

Veja as recomendações da DGS para se precaver do vírus

Veja em baixo o mapa interativo com todos os casos de coronavírus confirmados

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Vírus continua a alastrar

China elevou para 305 mortos e mais de 14 mil infetados o número de vítimas da doença no último balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

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Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há dezenas de casos de infeção confirmados em 25 outros países.

A OMS declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial. Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional. Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

Veja a cronologia da expansão do vírus em imagens

Veja em vídeo como se transmite o coronavírus

Artigo atualizado às 20h02 com a informação de duas cidadãs brasileiras a bordo do C-130.