"Na última semana houve um aumento de 7% dos novos casos, mais de 10 mil por dia, mas comparando com a semana anterior, tínhamos 11 mil, o que revela um ligeiro decréscimo, o que é um sinal de esperança porque estamos a começar lentamente a achatar a curva de crescimento", disse o responsável durante a conferência de imprensa semanal do África CDC, a partir de Adis Abeba.

"Dizemos isto com precaução, o vírus é muito delicado, não queremos que as pessoas se cansem de cumprir as medidas necessárias, como lavar as mãos, usar máscara e manter o distanciamento social, mas é importante que reconheçamos as tendências positivas", acrescentou Nkengasong.

Questionado sobre se esta ideia resultava de um decréscimo num país específico ou se era o reflexo de um abrandamento generalizado no continente, Nkengasong admitiu que a África do Sul teve uma das mais significativas descidas, mas salientou que três das cinco regiões africanas também registaram melhorias significativas.

"Há 10 países que valem 85% dos casos, alguns começaram a achatar a curva e outros aumentaram, mas a tendência é homogénea", respondeu, concretizando que na África Ocidental, Austral e Central as melhorias foram também visíveis.

As declarações do responsável foram feitas na conferência de imprensa em que foi anunciado o lançamento da 'Iniciativa África contra a COVID-19', apostando na proteção das fronteiras e viagens, economia e escolas para conter a pandemia, considerando que o continente está agora numa "encruzilhada crítica".

"Estamos numa encruzilhada crítica, ultrapassámos o milhão de casos no continente, não temos ainda uma vacina disponível e temos de continuar proativos e cautelosos à medida que as economias se começam a abrir", disse a comissária dos Assuntos Sociais da União Africana, Amira Elfadil, durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia do continente africano.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 781.194 mortos e infetou mais de 22,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Em África, há 26.289 mortos confirmados em mais de 1,1 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.