“A prioridade é para os profissionais de saúde, depois os profissionais mais sujeitos a situações de risco. Há um plano e nós vamos seguir esse plano”, afirmou Ulisses Correia e Silva, depois de assistir, hoje, ao lançamento público deste plano de vacinação, com os seis primeiros profissionais de saúde a receberem a vacina da Pfizer, num centro de saúde da Praia.

Cabo Verde recebeu 24.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em 12 de março e 5.850 da Pfizer dois dias depois, com o plano de vacinação nacional a iniciar-se oficialmente em 19 de março e assumindo o Governo a meta de vacinar 70% da população até final deste ano.

“Neste momento, todas as ilhas estão em processo de receberem as vacinas. O processo iniciar-se-á em todas as ilhas amanhã [sexta-feira], com os profissionais de saúde, assim como está planeado no plano nacional de vacinação”, afirmou o chefe da Governo.

“É um grande momento, que deve ser assinalado com muita confiança”, sublinhou.

Insistindo que “está demonstrado” que as “vacinas salvam vidas”, Ulisses Correia e Silva garantiu que o processo de vacinação em Cabo Verde está a “começar bem”, apesar de arrancar apenas com as doses da Pfizer.

“São vacinas da Pfizer que começaram a ser administradas e esperamos, como temos em mente, nas fases seguintes aumentar o nível de cobertura das vacinações para podermos imunizar a nossa população até finais de 2021″, explicou.

Esta campanha arranca apenas com vacinas da Pfizer, enquanto são aguardados esclarecimentos sobre a segurança das da AstraZeneca. O Governo explicou anteriormente que “manda o princípio da precaução que as dúvidas levantadas sejam totalmente esclarecidas”, relativamente às vacinas do fabricante anglo-sueco.

“Esperemos que relativamente às vacinas da AstraZeneca haja uma clarificação. Haverá um posicionamento da OMS amanhã [sexta-feira] e esperemos que as dúvidas que eventualmente existam possam ser dissipadas e possamos reforçar a nossa ação da vacinação aqui em Cabo Verde”, disse ainda Ulisses Correia e Silva.

As doses já recebidas em Cabo Verde inserem-se num total de 108 mil a fornecer pela AstraZeneca ao abrigo da Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.

Contudo, nos últimos dias têm surgido suspeitas de alegados efeitos secundários da vacina da AstraZeneca, que levaram vários países a suspender o seu uso.

Enquanto aguarda a clarificação sobre a segurança daquela vacina, o Ministério da Saúde, em articulação com a Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS), está a “acompanhar de perto o evoluir da situação”, aguardando pelas “devidas recomendações” para “uma decisão devidamente ponderada e responsável antes de se iniciar com a aplicação da vacina”.

Esta quarta-feira, Cabo Verde contabilizava 480 casos ativos e 15.599 doentes recuperados da doença, 158 mortos, cinco óbitos por outras causas e oito doentes transferidos para o exterior, desde o início da pandemia no país.