A entrega das duas viaturas, verificada na quinta-feira ao início da noite, foi feita através do movimento “ISTAR contra o Covid-19”, criado pelo caravanista Pedro Castro e que já reuniu cerca de duas centenas de veículos entre caravanas e autocaravanas que "ficarão pelo tempo que for necessário" nas unidades de saúde.

Numa altura em que o movimento luta contra o tempo para, até sábado, entregar todas as viaturas disponibilizadas, aquele hospital em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, foi o primeiro a receber os novos equipamentos, um de manhã e outro ao princípio da noite.

Estado de Emergência: as principais medidas do governo para travar o COVID-19
Estado de Emergência: as principais medidas do governo para travar o COVID-19
Ver artigo

Hugo Bastos, de Vila do Conde, fez na quinta-feira uma espécie de contrarrelógio, depois de "ter recebido o apoio total da família para abraçar o projeto", para cerca das 20:30 estar a entregar a sua caravana equipada com "um beliche e duas camas de casal" no centro hospitalar.

"Hoje fiz 250 quilómetros para que a caravana fosse entregue, estava guardada em Cinfães", disse à Lusa Hugo Bastos, sem esconder o "orgulho e a comoção" pelo que acabara de fazer.

Frisando que a família "está mentalizada de que em 2020 não vai gozar férias na caravana", Hugo Bastos destacou o contributo dos dois filhos, de 7 e 9 anos, que deixaram na caravana um desenho para que "os profissionais que lá vão dormir sintam um ambiente mais familiar".

Pedro Castro, promotor da ação, deu o exemplo e esteve de manhã no hospital para entregar a sua caravana com "capacidade para quatro pessoas [lá] dormirem".

"Privei-me do parque de campismo que tenho na Madalena [Vila Nova de Gaia], que está fechado e que abrirá apenas para emergências, para poder ajudar estes profissionais", acrescentou à Lusa. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Sobre a adesão ao seu projeto, disse estar "200% acima do que esperava", mas lamentou "a muita burocracia para que as caravanas e autocaravanas possam chegar aos hospitais a que se destinam", ainda por cima quando estão "em contrarrelógio".

"Na região Centro temos mais de 30 equipamentos para ceder aos hospitais e no Sul esse número é superior a uma centena", contou.

Fonte do hospital informou a Lusa que as "duas caravanas foram desinfetadas durante esta noite para que pudessem ser ocupadas pelos profissionais de saúde que terminaram o seu turno ao início da manhã".

"Destinam-se, exclusivamente, para o descanso dos profissionais de saúde, uma vez que não possuem características para funcionar como local de isolamento", declarou a mesma fonte.

Atualmente, o movimento está a articular com as Administração Regional de Saúde para perceber as necessidades e distribuir as viaturas de alojamento, mas 14 caravanas e autocaravanas vão ser já encaminhadas para o Norte, repartidas pelos hospitais de Gaia, São João, Santo António Pedro Hispano, Guimarães e Penafiel.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 179 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Acompanhe ao minuto os efeitos do COVID-19 no país e no mundo

Os vírus e os coronavírus: quais as diferenças?