“Uma das situações mais complicadas no pais, e aqui no Alentejo seguramente das mais complicadas, é com os lares”, afirmou hoje Catarina Martins, em Évora.

Após uma reunião com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, a dirigente do BE afirmou que “ao longo de anos”, houve “um desinvestimento nas condições das pessoas mais velhas”.

“Não é compreensível a quantidade de lares que não têm profissionais de Saúde, que não têm médicos por exemplo”, e, neste momento de pandemia, é visível “como esse problema é tão grave e se agudiza tanto”, criticou.

Para Catarina Martins, “matérias fundamentais como garantir a segurança a quem tem de continuar a funcionar, a trabalhar, aos profissionais que lá estão como nos lares, são fundamentais”.

“Ninguém é descartável neste país e, se esta doença é grave para todos, sabemos que é grave para as pessoas mais velhas, particularmente”, alertou.

Segundo a coordenadora do BE, “toda a gente tem de ser respeitada” e tem de ter “acesso aos melhores cuidados de saúde e toda a gente deve ter proteção na sua saúde”.

“Que ninguém encolha os ombros quando vê surtos em lares ou quando vê as pessoas mais velhas a serem mais afetadas. Não nos podemos permitir isso”, salientou.

Apesar do confinamento geral em curso, “em setores fundamentais como os lares, que não fecham, continuam a ter pessoas, é fundamental garantir a segurança dos utentes e garantir as condições de trabalho de quem lá trabalha, para que não haja surtos, para travar os surtos e para haver apoios de Saúde”.

Nesta deslocação a Évora, a líder do BE aproveitou para deixar “dois apelos muito veementes”, o primeiro deles para que toda a população siga “as regras” das autoridades de Saúde.

“Não podemos facilitar, o país está mesmo a viver um momento muito complicado”, avisou, apelando ainda para que “haja um reforço efetivo dos profissionais de Saúde”, incluindo “dos cuidados primários”.

“Reforçar os cuidados primários é também proteger os hospitais e o que chega aos hospitais”, destacou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.861 pessoas dos 549.801 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.