Na conferência de imprensa de atualização de informação sobre a evolução da pandemia, Graça Freitas sublinhou a “transmissão crescente do vírus na comunidade” e apelou aos portugueses para que “tentem confraternizar menos nesta fase”, lembrando que nestes contextos o uso de máscara acaba por ser menos rigoroso e que isso resulta no aumento dos riscos de contágio.

“Estas confraternizações familiares têm sido responsáveis por 67% dos casos reportados nos últimos dias em Portugal. Quando as autoridades de saúde fazem uma investigação epidemiológica encontram esse tipo de convívio, por isso [faço] um grande apelo para que as famílias se coíbam nesta fase de ter estes encontros festivos, que, obviamente, levam à descontração e esta leva a múltiplos contactos”, frisou.

Por outro lado, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) visou os festejos de jovens neste período de regresso das aulas nas universidades para realçar o efeito negativo que podem ter sobre a comunidade e as estruturas sanitárias.

“Não estamos em 2019. Gostaríamos de estar, mas estas pessoas originam surtos grandes com muitas pessoas, que geram uma enorme carga de trabalho sobre os serviços de saúde. As pessoas jovens têm casos menos graves, mas não têm zero doença. E mesmo que um jovem não tenha doença grave, é vetor de transmissão de doença para outros grupos”, notou, acrescentando que o “comportamento” é a única medida possível, face à ausência de vacina ou medicamento para a covid-19.

Portugal registou hoje mais 12 mortos relacionados com a covid-19 e 1.394 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde o início da pandemia, em março, este é o segundo maior número de casos de infeção. O maior foi em 10 de abril, com 1.516.

Portugal já registou 2.062 mortes e 83.928 casos de infeção, estando hoje ativos 29.700 casos, mais 735 do que na quinta-feira.