Segundo adiantou à agência Lusa fonte oficial da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), o projeto teve origem num pedido efetuado por um conjunto de médicos do Hospital de São João, no Porto, a uma empresa associada da APIMA, para a “produção urgente” de viseiras em acrílico que pudessem utilizar no combate à pandemia de covid-19.

“Face a esta necessidade, a associação diligenciou um conjunto de contactos e pedidos às empresas associadas, mas também a parceiros de outros setores de atividade, com vista à utilização de impressoras 3D para a produção dos suportes das viseiras”, explicou.

Como resultado, em apenas “alguns dias”, e através da colaboração de empresas como a Preggo e a Myface, foi possível produzir “mais de uma centena de viseiras”.

De acordo com a APIMA, o projeto “recolheu rapidamente a adesão de um grande número de empresas, de setores tão diversos como o mobiliário, polímeros ou estofos”, e “recentemente a Simoldes associou-se à iniciativa, desenvolvendo um molde e garantindo um aumento substancial da capacidade produtiva”.

“Através de um ajustamento do protótipo, a empresa passará a produzir em série os suportes das viseiras, com capacidade para 90 por hora. Cumulativamente, um conjunto de empresas continuará a impressão 3D destes suportes, prevendo-se que ao longo das próximas semanas sejam criadas e oferecidas aos profissionais de saúde mais de 200 mil viseiras”, refere.

Depois de produzidos, estes suportes são depois enviados para um conjunto de empresas dispersas pelo país, como a Animovel, a Pelcorte, a Paulo Antunes e a Green Apple, que são responsáveis pelo corte, furação do acrílico e a montagem nos respetivos suportes.

Face à escassez de matéria-prima, a APIMA diz ter já efetuado uma reserva de 200.000 folhas de acrílico e PVC, de forma a garantir o material necessário para a produção.

Após o processo, todas as viseiras são disponibilizadas, gratuitamente, aos profissionais de saúde do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.

Portugal regista hoje 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.