"Dos testes que já foram feitos, registámos mais seis casos ativos na comunidade relacionados com este surto", indicou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, numa conferência de imprensa realizada junto aos Paços do Concelho.

Segundo o autarca alentejano, foram também detetados em Évora "mais alguns casos" positivos de covid-19, os quais "não estão relacionados com o surto" no lar, o que elevou o total de ativos no concelho para 56.

Pinto de Sá adiantou que "estão a ser feitos testes" na comunidade, a cargo da Autoridade de Saúde Pública, precisando que no domingo foram realizados "123 testes" à covid-19 e que hoje estão a decorrer "231".

A Saúde Pública "está a fazer o acompanhamento de todos os contactos e das famílias" dos infetados para apurar "eventuais contágios e eventualmente colocar em quarentena e vigilância os casos que são necessários", assinalou.

Pinto de Sá sublinhou que a câmara municipal "não tem ainda informação de que haja contágio comunitário, mas o risco é elevado", referindo que, "por precaução", alguns estabelecimentos, de entre os quais um supermercado, fecharam portas.

São locais por onde passaram pessoas que "tiveram contacto com os positivos", porque "trabalhavam ou, de alguma maneira passaram", realçou, notando que a investigação epidemiológica prossegue e "estão a ser vistos vários locais".

"É provável que, além daqueles que estão identificados, possam aparecer novos locais. Essa é uma preocupação, nomeadamente com a possibilidade, por exemplo, de haver ligação com outros lares", acrescentou.

O primeiro caso de covid-19 detetado no Lar da Quinta da Sizuda foi o de um idoso que foi transportado, na quinta-feira, para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), onde fez o teste à doença, que deu positivo.

Na sexta-feira, foram realizados testes aos restantes utentes e a todos os funcionários do lar, os quais - informou a câmara municipal no sábado de manhã - resultaram em 39 positivos, nomeadamente 29 idosos e 10 trabalhadores.

Fonte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo apenas confirmou hoje à Lusa a existência de "nove funcionários" infetados.

Todos os utentes e uma funcionária do lar foram avaliados no hospital de Évora e oito dos idosos, dois homens e seis mulheres, com idades entre os 78 e os 91 anos, ficaram internados em enfermaria, de acordo com fonte da unidade hospitalar.

Os restantes 21 utentes do lar infetados com covid-19 e a funcionária do lar não têm critério de internamento, pelo que regressaram temporariamente à instituição.

Uma residência de estudantes da Universidade de Évora vai acolher os utentes do lar infetados com covid-19 e que não necessitam de internamento hospitalar, estando a transferência prevista para terça ou quarta-feira, indicou o autarca.

O presidente da Câmara de Évora já disse que o lar está ilegal porque se localiza numa zona da cidade cujo plano de urbanização não permite a instalação deste tipo de instituições.

Em Portugal, morreram 1.871 pessoas dos 64.596 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.