“Neste momento, o nosso grupo decidiu fazer isto [petição pública] para ser mais rápido mas é possível enviarmos para os grupos parlamentares. Temos é de fazer alguma coisa, não podemos ficar esquecidos", disse à Lusa Teresa Custódio, uma das peticionárias do GTHCC.

A petição pública "Pela manutenção do tratamento dos grupos de risco durante pandemia" é dirigida ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministra da Saúde, diretora da Direção Geral da Saúde e à Administração do CHULC (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa).

Os "cerca de três mil doentes transplantados e oncológicos" do Hospital Curry Cabral apelam à manutenção dos serviços destinados aos doentes transplantados e oncológicos receando estar perante risco de vida e queixando-se da falta de orientações institucionais.

"Não temos qualquer informação oficial, penso que até nos serviços existe muita dúvida, e isto não é bom para ninguém. Tudo o que sabemos tem sido através da comunicação social. A única coisa que ouvimos foi o primeiro-ministro, António Costa, à porta do Curry Cabral a dizer que a unidade se ia tornar um 'hospital covid' e ponto final", lamenta a peticionária sublinhando que os doentes do hospital estão a ser esquecidos.

"Tudo o resto parece que não existe, mas existem transplantes renais, transplantes hepáticos e também o tratamento dos cancros que também se fazem naquele hospital e não os podemos esquecer", frisa Teresa Custódio acrescentando que é preciso acudir aos transplantados recentes e a todos os doentes que aguardam transplante.

"Não nos podemos esquecer dos que estão em lista de espera, estão ansiosos porque cada dia que passa a situação agrava-se. Eu, por exemplo já tenho 12 anos de transplante mas, e aqueles que foram transplantados recentemente”, questiona.

Os peticionários lançaram o documento através da internet durante ao princípio da madrugada de hoje e conta a meio da manhã de hoje com quase 400 assinaturas.

"O Hospital Curry Cabral é a nossa segunda casa, é lá que temos os recursos humanos e uma tecnologia de topo e não podemos permitir, de forma alguma, que isto não seja preservado porque existem muitas vidas para salvar, existe vida para 'além do covid'", disse ainda Teresa Custódio.