Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto esclarece que as recomendações dos investigadores surgem no âmbito de um artigo de revisão sobre os efeitos do novo coronavírus em doentes com a diabetes.

Citado no documento, o investigador Bruno Sarmento, que lidera o grupo de investigação Nanomedicines & Translational Drug Delivery do i3S, afirma que o SARS-CoV-2 representa “um desafio acrescido”, tanto para os profissionais de saúde, como para os doentes.

“A resposta do sistema imunitário das pessoas com diabetes não é tão eficaz e têm, por isso, maior risco de desenvolver complicações decorrentes de infeção por micro-organismos”, refere.

Nesse sentido, os investigadores alertam para a necessidade dos diabéticos infetados com o novo coronavírus “controlarem corretamente” os níveis de açúcar no sangue, por forma a evitar o agravamento da COVID-19.

“A monitorização assídua e correta da diabetes nos pacientes infetados com SARS-CoV-2 é de extrema importância para prevenir a progressão da doença viral, pelo que a importância do controlo da glicose no sangue é igualmente fundamental”, garante Bruno Sarmento.

Por sua vez, a falta de controlo da doença “resulta num ambiente mais favorável à multiplicação desses micro-organismos, uma vez que facilita ainda mais o seu crescimento e aumenta a capacidade de infeção das células”.

Provocando assim, acrescenta o investigador, “um maior agravamento do estado de saúde desses doentes”.

Segundo a equipa de investigação, os diabéticos devem, além de seguir as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS), como o distanciamento social, etiqueta respiratória e lavagem das mãos, monitorizar regularmente os níveis de açúcar no sangue e adquirir atempadamente os fármacos de que necessitam.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.