“Muitos países que voltaram a ter aumento do número de casos [de covid-19] tomaram a decisão de usar máscara em todos os espaços”, lembrou o presidente da Câmara de Leiria.

Por isso, a campanha Leiria Regressa 2.0 está a recomendar a utilização da máscara tanto em espaços fechados como abertos, envolvendo um conjunto de viaturas e condutores em ações de sensibilização em pontos sensíveis do concelho.

“Antecipámos um bocadinho essa necessidade, reforçando a importância de utilização da máscara sempre”, explicou Gonçalo Lopes, numa apresentação que decorreu num dos parques da cidade, junto ao rio Lis, zona interditada no início da pandemia devido à presença de elevado número de pessoas.

O autarca reconhece que em Leiria, “no regresso à normalidade”, houve “em alguns momentos um esquecimento da preocupação em usar máscaras e de se estar protegido”. Acresce que o número crescente de casos em Lisboa, “com a qual a cidade e concelho têm fortes ligações, sobretudo económicas”, levou o município a reforçar os alertas para a utilização de máscaras até ao ar livre.

A campanha envolve 16 viaturas caracterizadas com imagem semelhante às da PSP. A tripulação é constituída por elementos dos Bombeiros Municipais, do Teatro José Lúcio da Silva e da equipa de prevenção da Praia do Pedrógão, que vão utilizar uniforme próprio.

“Servirão de veículos de patrulha, não o sendo, mas sendo parecidos”, explicou Gonçalo Lopes, acrescentando que as equipas farão “sentinela e patrulhamento” mesmo sem autorização para impor a utilização de máscara.

“A abordagem será pedagógica, nunca de autoridade. São funcionários públicos, habituados a lidar com o público”, sublinhou o presidente da autarquia, considerando-os “como se fossem polícias anti-covid”, algo “muito próximo de uma polícia municipal”.

“Sendo um assunto sério, tem de ter uma imagem de alguma autoridade. Isso está na adoção [da decoração] dos carros e da vestimenta”.

A acompanhar as “patrulhas anti-covid”, Leiria vai ter campanhas de sensibilização, com distribuição de folhetos e máscaras e intervenção de figurantes e atores nas esplanadas, mercado municipal e feiras.

“Vão estar vestidos como médicos e enfermeiros, interagindo com a população, passando ‘receitas’ de forma cómica para [incentivar] o uso de máscaras”, acrescentou.

No final de setembro, Leiria fará o balanço para preparar “momentos críticos”, como “o fim das férias e o regresso à escola”.

“Vão ser momentos de difícil gestão” até porque “em outubro haverá alguma tensão porque coincide com a época gripal”, antecipa o autarca. “Espero que a campanha termine em setembro, porque será bom sinal”.

Segundo Gonçalo Lopes, o custo da campanha “não é muito”, porque a mesma suporta-se em “meios internos”: “O maior custo são as viaturas, que foram cedidas gratuitamente por 14 concessionários automóveis instalados no concelho”.