“Genericamente a situação de Lisboa e Vale do Tejo mantém-se estável. Tínhamos dito que se esperava entre 200 a 300 casos [diários] e é isso que se está a verificar”, afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa diária sobre a COVID-19.

Ao contrário da região Norte, em Lisboa e Vale do Tejo “o padrão é distinto”, ao atingir “pessoas mais desfavorecidas, trabalhadores precários e população migrante na sua maioria”.

Por outro lado, afeta “jovens adultos, saudáveis, assintomáticos, que não estão internados, por isso a taxa de letalidade não é tão elevada, e que foram infetados em contexto laboral”.

No Norte, os surtos começaram devido à importação de casos de Itália, com a representação de empresas da região em feiras do calçado italianas, e atingiram lares de idosos numa altura em que “não tinham sido ainda tomadas medidas”.

Em Lisboa e Vale do Tejo, o maior foco é na Azambuja, onde no entreposto da Sonae, estão 175 trabalhadores infetados, entre os 833 que foram testados e outros sete casos positivos espalhados por cinco empresas diferentes.

No Seixal, destacou Graça Freitas, registam-se surtos em dois bairros diferentes, um dos quais no Bairro da Jamaica, com 16 cidadãos infetados, mas que “está neste momento estável e já começa a ter até doentes recuperados”.

No Bairro da Jamaica, o encerramento de cafés legais e ilegais é uma das “medidas preventivas que “estão a ser tomadas, porque se juntavam muitas pessoas nesses cafés”, explicou.

Em Sintra, um lar em Queluz registou duas mortes por COVID-19 e tem infetados seis trabalhadores e 32 dos 62 utentes. De todos os testados, 30 estão negativos.

Os utentes foram separados por pisos em função de estarem ou não infetados e, no âmbito de continência, “foi conseguido o reforço de 13 auxiliares”, a partir de sexta-feira, para “substituir os trabalhadores doentes e dar apoio aos utentes, sem que as equipas se cruzem entre pisos”

Os casos de infeção nos concelhos de Loures (934), Odivelas (506) e Amadora (753) preocupam também as autoridades de saúde.

Portugal contabiliza 1.369 mortos associados à COVID-19 em 31.596 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1%) e mais 304 casos de infeção (+1%).

O número de pessoas hospitalizadas subiu de 510 para 512, das quais 65 se encontram em unidades de cuidados intensivos (menos uma).

O número de doentes recuperados é de 18.637.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.