Marcelo Rebelo de Sousa deixou este alerta após ter visitado durante cerca de uma hora, enquanto candidato presidencial, o Centro Social Paroquial da Azambuja, no distrito de Lisboa, com a comunicação social a aguardar no exterior do edifício.

Referindo-se aos setores da sociedade portuguesa que desvalorizam a subida de casos de infeção com o novo coronavírus e a quem pensa que só as pessoas mais velhas irão morrer de covid-19, o candidato considerou que "não percebem que o stresse no SNS cobre depois todos os doentes", que também "atinge os doentes não covid-19".

"Pode atingir uma urgência, pode ser de um miúdo, ou de um jovem, ou de uma pessoa de 30, 40 ou 50 anos", apontou Marcelo Rebelo de Sousa, realçando que nos serviços de saúde "há uma capacidade ainda disponível, mas cada vez mais estreita, e já incluindo o social, incluindo o privado".

Questionado sobre a ação e o discurso dos responsáveis políticos, o chefe de Estado e candidato presidencial argumentou que a eficácia das medidas "depende muito dos próprios, os próprios têm de aderir à importância de cumprir as medidas", e que o poder político "não pode substituir-se à decisão das pessoas, em democracia".

"Isto não é ditadura. Eu tenho netos que viveram na China e ali, com um regime mais musculado, é evidente que não imaginam o que eram as regras de comportamento mesmo. Mas vivemos numa sociedade democrática, não é possível ter um polícia atrás de, não é possível controlar e fechar as pessoas em casa, não é possível ter estruturas oficiais que vão levar os bens, que vão recolher o lixo, e ninguém pode sair para nada", acrescentou.