"Eu agora também estou, como diz o senhor primeiro-ministro, um bocadinho irritantemente otimista, houve aqui uma ligeira inversão de posições", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na 22.ª sessão sobre a evolução da covid-19 em Portugal, no auditório do Infarmed, em Lisboa, após ouvir as apresentações dos especialistas.

Com António Costa a ouvi-lo na primeira fila da assistência, mesmo à sua frente, o chefe de Estado prosseguiu: "Não, não, mas digo eu, eu assumo: o senhor primeiro-ministro otimista, moderado, realista; eu, de vez em quando, irritantemente otimista".

"E penso que saímos daqui com uma esperança reforçada que se chama vacinação mas que se chama em geral este encontro virtuoso entre o contributo dos especialistas e o entendimento desse contributo por parte dos decisores políticos, nomeadamente o Governo", concluiu.

Relativamente à vacinação, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "o Governo e as autoridades de saúde e o Infarmed têm vindo a fazer um esforço enorme, que muitas vezes não é conhecido, para adquirir vacinas" e manter o ritmo de vacinação.

"A vacinação é chave na vida dos portugueses, e o ritmo a que tem sido processada é excecional", elogiou o Presidente da República, que enalteceu também "o contributo dos profissionais de saúde" envolvidos neste processo.

O chefe de Estado assinalou que, segundo os especialistas, "na maioria esmagadora dos casos as vacinas produzem efeitos" e que isso se verifica "em todas as idades", um dado que apontou como "importante para a minoria que ainda tem dúvidas sobre a vacinação".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu, no entanto, que "os portugueses maioritariamente, esmagadoramente acreditam na vacinação", que "Portugal tem no quadro europeu a maior percentagem de população que acredita na vacinação", e subscreveu a ideia de que "a própria vacinação se imporá por si".

Sobre a vacinação das crianças, o Presidente da República ressalvou que "esse ponto está a ser estudado pelos especialistas, e há várias opiniões".

"Esta ideia de que pode ser importante vacinar as crianças é uma ideia forte e dada a tempo para os pais pensarem e para assumirem, aqueles que têm algumas reservas, a importância de se tratar disso atempadamente", acrescentou.

Em Portugal, já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram registados até agora mais de 939 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).