Os 194 países-membros da OMS reunidos por teleconferência concordaram em que se lance uma avaliação “imparcial, independente e completa” ao papel da organização, como se tinha comprometido na segunda-feira o seu diretor-geral, Tedros Ghebreyesus.

“Para ser verdadeiramente completa, essa avaliação deve incluir a resposta de todos os atores, de boa fé. Iniciarei uma avaliação independente, o mais brevemente possível, para analisar a experiência que se ganhou, as lições aprendidas e para fazer recomendações para melhorar a preparação e a resposta nacional e global à pandemia”, declarou na abertura da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde.

No texto preliminar da resolução aprovada defende-se que se “inicie, no momento apropriado mais breve, e em consulta com os estados-membros, um processo faseado de avaliação imparcial, independente e completa que inclua os mecanismos existentes para rever a experiência ganha e as lições aprendidas da resposta internacional de saúde coordenada pela OMS”.

Os parâmetros a avaliar incluem “as ações da OMS e os tempos de ação em relação à pandemia da COVID-19” e “a eficácia dos mecanismos ao dispor da OMS e o funcionamento dos Regulamentos Internacionais de Saúde”.

Defende-se ainda que dessa avaliação saiam “recomendações para melhorar a preparação global para as pandemias e capacidade de resposta, tal como o fortalecimento do Programa de Emergências Sanitárias da OMS”.

Aos estados-membros, pede-se que forneçam à OMS “informação de saúde pública atempada, precisa e suficientemente pormenorizada no que diz respeito à pandemia da COVID-19, como se exige nos Regulamentos Internacionais de Saúde”: É também pedido aos países “financiamento sustentável à OMS para garantir que consegue responder capazmente às necessidades globais de saúde pública”.

No texto da resolução, aponta-se ainda a necessidade de “identificar a fonte zoonótica [animal] do vírus e a via de introdução na população humana, incluindo o possível papel de anfitriões intermédios”, em colaboração com a Organização Mundial de Saúde Animal e a agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, através de “missões científicas conjuntas no terreno”.

A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 318.517 pessoas e infetou mais de 4,8 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 318.517 pessoas e há mais de 4.816.040 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar. Entre esses casos, pelo menos 1.755.700 foram considerados curados.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 90.369 óbitos em 1.508.957 casos.

Pelo menos 283.178 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades norte-americanas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 34.796 mortes para 246.406 casos, Itália com 32.007 mortes (225.886 casos), França com 28.239 mortes (179.938 casos) e Espanha com 27.709 óbitos (231.606 casos).

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.960 casos (seis novos entre segunda-feira e hoje), incluindo 4.634 mortes e 78.241 recuperações.

A Europa totalizou 167.668 mortes para 1.919.572 casos, Estados Unidos e Canadá 96.312 mortes (1.587.029 casos), América Latina e Caraíbas 30.604 mortes (547.252 casos), Ásia 12.674 mortes (374.905 casos), Médio Oriente 8.296 mortes (290.672 casos), África 2.835 mortes (88.204 casos) e Oceânia 128 mortes (8.414 casos).

Esta avaliação foi realizada com dados recolhidos pela AFP junto de autoridades de saúde e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).