No encerramento do debate, no parlamento, sobre a declaração do 13.ª estado de emergência, Mariana Vieira da Silva argumentou que só é possível pensar em "levantar medidas" para o desconfinamento porque há sinais positivos nos indicadores de saúde.

E aproveitou para responder ao PSD, afirmando que "os portugueses sabem bem, tem memória de quem defendeu o quê a cada momento".

"Vir, neste momento, dizer que discordaram só é possível" num "quadro de desresponsabilização e de passa-culpas", que "não é o que se espera do momento que o país está a viver".

A governante deixou, ainda, um aviso ao PSD, de que a responsabilidade de tomar decisões por vezes "complexas" é "para ser assumida sempre".

E afirmou aos deputados sociais-democratas que, "se discordaram de medidas, foi por as acharem demasiado restritivas".

A ministra afirmou ainda ter “hoje razões para encarar o futuro com mais confiança”, porque já “existem as vacinas” e há um “calendário de vacinação”, mas apontou para as dificuldades dos próximos tempos que será de “pequenos passos”.

É preciso, disse, “ter consciência” de que “o processo que vai iniciar-se de levantamento de medidas é lento, gradual e que só poderá continuar a avançar se se continuar a cumprir os indicadores de saúde”.

“Não é um processo que possa corresponder ao regresso à normalidade nos tempos mais próximos”, alertou ainda.

Para Mariana Vieira da Silva, “só com os pequenos passos” será possível “dar passos verdadeiramente sustentáveis neste caminho e é isso que o Governo fará”.

Ao nível da vacinação, a ministra de Estado e da Presidência avançou com alguns números.

Desde o início da campanha de vacinação, já foram dadas 1.078.763 vacinas, havendo 306.420 com a segunda dose.

A Assembleia da República autorizou hoje a renovação do estado de emergência até 31 de março para permitir medidas de contenção da covid-19, com o apoio de PS, PSD, CDS-PP e PAN.

À mesma hora desta reunião no parlamento, estava reunido o Governo em conselho de ministros para aprovar o plano de desconfinamento, que deverá ser anunciado ainda hoje pelo primeiro-ministro, António Costa.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.635 pessoas dos 812.575 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.