“O estado de emergência acabou por prevalecer sem resolver o problema. Antes pelo contrário. Os portugueses têm de perceber, tem de ser explicado, as medidas, o alcance, as consequências... As pessoas têm esta aflição, não entendem as medidas e veem os seus problemas a agravar-se quotidianamente”, disse Jerónimo de Sousa, após uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O secretário-geral comunista defendeu que não se pode “subestimar a situação” e que “são precisas medidas de proteção sanitária e que garantam o combate à epidemia através do reforço do Serviço Nacional de Saúde, que está num momento crítico”.

“Demonstrou-se a razão que tínhamos em votar contra essas medidas porque é pela via da proibição, da limitação, que se tentam aplicar, com todos os efeitos que têm, particularmente num outra dimensão – as consequências para centenas de milhares de trabalhadores que estão a perder o emprego, com salário cortado, milhares de micro, pequenas e médias empresas em situação dramática”, criticou.

Jerónimo de Sousa chamou à atenção para os efeitos nefastos em áreas de atividade económica como “restauração, setor da cultura e eventos e algumas indústrias”.

O líder comunista foi acompanhado pelo líder parlamentar, João Oliveira, na audiência pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que está a ouvir os nove partidos com assento parlamentar desde terça-feira sobre a pandemia de covid-19, o estado de emergência e o Orçamento do Estado para 2021.