Milhões de pessoas perderam o olfato após desenvolverem COVID-19 e isso pode estar relacionado com uma resposta imunitária anormal e contínua que destrói as células do nariz, dizem agora cientistas da Universidade de Duke.

Segundo escreve a imprensa internacional, investigadores médicos analisaram o tecido nasal de doentes com COVID-19 e descobriram que aqueles desenvolveram anosmia (perda de olfato) de longo prazo possuíam células imunitárias inflamatórias dentro do revestimento nasal interno, o que pode comprometer o funcionamento das células nervosas sensoriais.

Bradley Goldstein, professor associado de neurobiologia na referida universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, disse, citado pelo jornal Guardian, que o tecido do revestimento do nariz "continha células imunitárias únicas que produzem sinais inflamatórios, combinadas com menos células nervosas olfativas". "Parece que há uma resposta imune local não resolvida", acrescentou.

Os investigadores estudaram tecido biopsiado do revestimento nasal de 24 pacientes com COVID-19, incluindo nove que perderam o olfato durante pelo menos quatro meses. O tecido do último grupo revelou que as células T envolvidas na inflamação tinham infiltrado o revestimento nasal, onde as células nervosas do olfato são encontradas.

Dúvidas persistem

No entanto, ainda não é claro se o vírus danifica as células sensoriais do nariz, ou as áreas do cérebro que processam as informações olfativas, ou ambas.

Pelo menos 5% das pessoas que perdem o olfato durante uma infeção por SARS-CoV-2 não recuperam esse sentido rápida ou totalmente, segundo dados publicados no British Medical Journal (BMJ).

A COVID-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo SARS-CoV-2, detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.

O SARS-CoV-2 assumiu várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.

De acordo com o centro de recursos para a COVID-19 da universidade norte-americana Johns Hopkins, a pandemia já causou mais de 6,6 milhões de mortos e mais de 650 milhões de infetados no mundo. Ao todo, à data, foram administradas mais de 13,1 mil milhões de doses de vacinas.

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