"Temos que ser muito prudentes e o que queremos ver é um progresso cauteloso, mas irreversível, e penso que é isso que a população e as pessoas de todo o país vão querer ver”, disse, durante uma visita ao Orpington Health and Wellbeing Centre, no sudeste de Londres.

Johnson está sob pressão para definir um calendário para o levantamento de restrições, tendo um grupo de deputados do Partido Conservador urgido o executivo a comprometer-se uma reabertura completa da economia e sociedade em maio, após a vacinação de todas as pessoas com mais de 50 anos, como está previsto.

O setor da aviação e turismo também quer que o Governo reabra as fronteiras para turistas e permita aos britânicos fazer férias no estrangeiro a partir de maio, alegando estarem em risco 2,4 milhões de empregos, segundo uma campanha chamada SOS Save Our Summer [Salvem o Nosso Verão] lançada hoje.

Mas o primeiro-ministro reiterou hoje que quer reduzir ainda mais o número de infeções, que nos últimos sete dias registaram uma média diária de 13.200 casos, e admitiu que poderá ser necessário prolongar o confinamento para algumas atividades.

"Se for possível, determinaremos datas", prometeu Boris Johnson, a propósito do roteiro para o desconfinamento que vai apresentar dentro de uma semana, a 22 de fevereiro, o qual deverá começar pela reabertura das escolas a partir de 08 de março.

O plano dirá respeito a Inglaterra, já que os governos autónomos da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte determinam as regras nas respetivas regiões.

Depois de alcançar a meta de vacinar 15 milhões de pessoas dos quatro grupos prioritários, nomeadamente maiores de 70 anos, pessoas clinicamente vulneráveis e profissionais de saúde ou trabalhadores de lares de idosos, as autoridades de Saúde vão agora começar a imunizar maiores entre 65 e 69 anos.

Entretanto, para evitar a importação de casos com novas variantes com mutações contra as quais as vacinas possam ser menos eficazes, o Reino Unido começou hoje um regime de quarentena controlado, em que os viajantes de 33 países do sul de África e da América do Sul terão de passar, às suas custas, 10 dias em hotéis determinados pelas autoridades.

A lista inclui Portugal, o único país europeu, Brasil, Angola e Moçambique, enquanto que viajantes de outros países podem continuar a cumprir a quarentena na sua própria residência, mas na Escócia todas as chegadas internacionais estão sujeitas a este regime de quarentena controlada.

Os pacotes têm de ser reservados com antecedência pelos passageiros num portal do Governo e custam 1.750 libras (cerca de 2.000 euros), e incluem transporte para os hotéis, refeições e dois testes adicionais, ao segundo e oitavo dia da quarentena.

"À medida que este vírus mortal evolui, as nossas defesas devem evoluir. Já tomámos medidas duras para limitar a propagação, proteger as pessoas e salvar vidas”, justificou o ministro da Saúde, Matt Hancock.

O Reino Unido registou 258 mortes de covid-19 no domingo, somando 117.166 desde o início da pandemia covid-19, o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.321 pessoas dos 785.756 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.