Patrícia Fidalgo, de 49 anos, emigrada em Abu Dhabi há seis, está a participar como cobaia no desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 do laboratório chinês Sinopharm, empresa que escolheu os Emirados Árabes Unidos para a terceira fase de testes daquele tratamento profilático.

A professora universitária é uma das 15 mil pessoas recrutadas numa campanha divulgada nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos. 

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Patrícia Fidalgo recebeu a primeira inoculação a 29 de julho e não teve efeitos secundários "praticamente nenhuns". "No local da picada dói um bocadinho se eu mexer o braço, mas nada mais", disse em entrevista à TSF. "Pus à disposição das pessoas o meu corpo, a minha saúde e em última instância a minha vida para testar um medicamento. E pensei: Mas caramba, se não houver voluntários nunca haverá vacina. Isto é para levar até ao fim", acrescentou.

"A principal motivação é ajudar", resumiu a portuguesa que não sabe se tomou um placebo ou a vacina propriamente dita, como é normal neste tipo de estudos.

A segunda dose da vacina foi tomada a 20 de agosto e Patrícia Fidalgo continua sem registar efeitos secundários.

"O que me foi explicado é que esta é uma vacina com o vírus inativado e que até agora, na 1ª e na 2ª fases, os efeitos secundários foram alguma febre, alguma vermelhidão no local [da inoculação] e que, em poucos casos, algumas pessoas desenvolveram sintomas semelhantes ao da gripe", referiu.

Dentro de duas semanas, Patrícia Fidalgo fará análises e saberá se está imune ou não ao vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença COVID-19. 

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"Ficaria muito feliz, seria a melhor notícia para mim se daqui a 15 dias soubesse que tenho anticorpos e que estou imunizada", confessou à referida rádio.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infetou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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