“A unidade salva vidas, mas também pode salvar muitos empregos e muitas empresas”, afirmou Pedro Sánchez hoje no debate no parlamento espanhol em que também pediu ao líder do maior partido da oposição, Pablo Casado, do PP para se “juntar à unidade”.

Por seu lado, Casado avançou que não irá voltar a dar o seu acordo à continuação do estado de emergência em vigor para lutar contra a pandemia de covid-19, depois de ter apoiado o Governo durante “dois meses para salvar vidas”.

O líder do PP criticou Pedro Sánchez por um outro Governo socialista, o de José Luis Rodríguez Zapatero, ter aprovado há 10 anos “cortes” económicos e sociais, tendo ainda acusado o atual chefe do executivo de, agora, destruir 10% da economia com a forma como está a gerir a crise sanitária provocada pela pandemia.

Sánchez evitou entrar num confronto parlamentar direto e reiterou que o executivo está a enfrentar a atual crise económica com medidas dirigidas a setores que criam emprego e estão muito expostos às medidas de restrições sanitárias, como o turismo, proporcionando liquidez às empresas.

O PP absteve-se na última votação sobre o prolongamento por mais duas semanas do estado de emergência, de 10 a 23 de maio, depois de nas propostas anteriores ter sempre votado a favor da prorrogação dessa medida.

O primeiro-ministro espanhol também insistiu que a passagem à fase um do plano de transição para um “nova normalidade” em muitas comunidades autónomas foi decidida com base em critérios “estritamente técnicos” e negou que houvesse razões políticas para tomar esta decisão.

“O estado de emergência não é um projeto político”, assegurou Sánchez, que tem sido criticado por várias regiões, que na sua totalidade têm cerca de metade da população espanhola, pelo Governo ainda não as ter incluído na fase seguinte de alívio das medidas muito rígidas aprovadas para lutar contra a pandemia.

A Espanha é um dos países mais atingidos pela COVID-19 que a nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (82.246) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,3 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (32.692 mortos, mais de 226 mil casos), Itália (30.911 mortos, mais de 221 mil casos), Espanha (26.920 mortos, mais de 228 mil casos) e França (26.991 mortos, mais de 178 mil casos).