O novo sistema substituiu o antigo modelo que classificava os países com as cores do semáforo de acordo com o grau de risco, embora o Governo britânico mantenha em vigor uma lista vermelha que inclui Angola e Moçambique.

“A nossa prioridade continua a ser a proteção da saúde pública, mas, com mais de oito em cada 10 pessoas agora totalmente vacinadas, podemos tomar estas medidas para reduzir o custo dos testes e ajudar o setor [da aviação] a continuar a sua recuperação”, afirmou o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps.

A partir de hoje, pessoas com a vacinação completa, bem como os acompanhantes menores de 18 anos, ficam isentos de teste antes de viajar e, no caso dos países da anterior “lista amarela”, de um teste PCR oito dias após a chegada a Inglaterra ou quarentena de 10 dias.

Todos os viajantes, exceto crianças menores de cinco anos, continuam obrigados a pagar um teste de PCR nas primeiras 48 horas após a chegada, o qual deverá passar a ser teste antigénio, mais barato, antes do final do mês.

Este modelo favorece países com vacinas reconhecidas pelas autoridades de saúde britânicas, nomeadamente aquelas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), territórios britânicos ultramarinos, e outros como Estados Unidos, Malásia, Japão, Nova Zelândia, Arábia Saudita ou Qatar.

Porém, países como Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Guiné Equatorial, que antes estavam na “lista amarela”, não beneficiam porque as suas vacinas anti-covid-19 não são reconhecidas pelo Reino Unido.

O mesmo acontece com a Índia, que na sexta-feira decidiu retaliar, determinando que os cidadãos britânicos que cheguem ao país sejam submetidos a testes à covid-19 e a uma quarentena obrigatória de 10 dias.

Nova Deli tem manifestado indignação contra Londres porque, embora a vacina AstraZeneca seja reconhecida pelo Reino Unido, a versão da mesma produzida pelo Serum Institute of India foi excluída.

Assim, os viajantes destes países, bem como os não vacinados ou parcialmente vacinados, continuam sujeitos às regras anteriores, nomeadamente de apresentar testes pré-partida e no segundo e oitavo dia.

Entretanto, Angola, Moçambique, Brasil e Cabo Verde continuam na “lista vermelha” de Londres, pelo que os viajantes que cheguem daqueles países ou ali tenham feito escala estão obrigados a cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado em Inglaterra a um custo de 2.285 libras (2.672 euros), além de testes no segundo e oitavo dia.

A imprensa britânica noticiou nas últimas semanas que o Governo britânico pretende reduzir esta lista, atualmente com 54 países, mas não foi adiantada uma data.

As mudanças aplicam-se apenas a Inglaterra, pois as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte são determinadas pelos respetivos governos regionais autónomos, embora até agora se tenham mantido alinhadas na generalidade.

O Reino Unido registou 43 mortes e 30.439 casos no domingo, tendo somado 136.953 óbitos deste o início da pandemia covid-19.