A nova tecnologia, que analisa as micromoléculas de ácido ribonucleico (micro-ARN) presentes no sangue, demonstrou nos testes realizados até agora uma eficácia de 99% na deteção de cancros em fase inicial, anunciou em comunicado a empresa especializada em eletrónica.

De acordo com a informação divulgada pela Toshiba, o dispositivo pode diagnosticar os cancros gástrico, esofágico, pulmonar, do fígado, do sistema biliar, do pâncreas, do intestino, dos ovários, da próstata, da vesícula, da mama, o sarcoma (tipo de cancro que pode surgir em vários tecidos do organismo) e o glioma (cancro que atinge o cérebro e a medula espinal) em menos de duas horas e com um custo médio por análise de cerca de 165 euros.

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O novo sistema de diagnóstico irá entrar em período de testes intensivos durante 2020 para "alcançar uma rápida aplicação nos serviços de saúde".

O sistema foi desenvolvido em colaboração com o Centro Nacional de Investigação sobre Cancro do Japão e a Universidade Médica de Tóquio, adianta o comunicado da Toshiba.

A empresa adiantou hoje que irá anunciar mais detalhes sobre a nova tecnologia durante o encontro anual da Sociedade de Biologia Molecular japonesa. O evento está marcado para entre 3 e 8 de dezembro na cidade de Fukuoka, sul do Japão.

Cancro, a segunda principal causa de morte no mundo

O cancro é já a segunda causa de morte mais comum no mundo e representa pouco mais de um quarto (26%) de todas as mortes registadas.

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Contudo, atualmente nos países ricos o cancro mata mais pessoas do que as doenças cardíacas, indica uma pesquisa efetuada em 21 países, publicada na revista médica "The Lancet".

Cientistas estimam que 1,4 milhões de pessoas da União Europeia morram de cancro em 2019, o que representa um aumento de 4,8% face a 2014, segundo um estudo divulgado em março. De acordo com o estudo, publicado na revista académica Annals of Oncology, o cancro do pulmão será o mais mortífero, prevendo os investigadores que cause a morte de 280 mil pessoas (183.200 homens e 96.800 mulheres).

O número de novos casos de doença oncológica na União Europeia deve chegar este ano aos três milhões, com Portugal a ultrapassar os 58 mil novos diagnósticos. Mais de metade acaba por morrer vítima da doença, segundo estimativas da OCDE.