"O descongelamento de progressões desde janeiro de 2018 está ainda por cumprir para os enfermeiros e o Hospital de Santarém não avaliou" aqueles profissionais "durante períodos diferenciados, nomeadamente 2013 e 2014, tendo imputado aos enfermeiros as consequências da não realização da avaliação", disse hoje à agência Lusa a dirigente sindical Helena Jorge.

A sindicalista fez ainda notar que, "já por diversas vezes, o SEP tentou resolver o problema junto da atual administração e sempre sem soluções".

Segundo precisou, "só uma percentagem muito pequena dos enfermeiros, para aí 1%, estão com as avaliações todas, de resto, a totalidade dos enfermeiros não tem esses dois anos avaliados".

De acordo com Helena Jorge, estão em causa "mais de 600 enfermeiros" do Hospital de Santarém que reivindicam o "direito legal" da contagem do tempo de serviço com repercussões em termos de vencimento e progressão na carreira.

Reivindicando "medidas de reconhecimento concreto por parte do Governo", Helena Jorge afirmou que "a diferenciação entre colegas que exercem as mesmas funções, mas que, de acordo com o vínculo, têm direito diferentes, é injusta e imoral", tendo feito notar que "o contínuo arrastar de problemas, mesmo com enquadramento jurídico, conduzem a que os profissionais estejam desmotivados".

O protesto dos enfermeiros em Santarém decorre no âmbito de uma ação nacional onde o SEP alerta para diversas questões, "umas específicas de cada unidade hospitalar, outras que são transversais a todo o país", nomeadamente a avaliação do desempenho, a discriminação entre enfermeiros, a contagem do tempo de serviço, com a não contabilização de pontos ou a incorreta contabilização, a compensação pelo risco e penosidade da profissão, a existência de enfermeiros especialistas fora da categoria, a "discriminação" entre os vínculo a contrato individual de trabalho (CIT) e da função pública, entre outras.

A responsável do SEP disse ainda que está agendada uma reunião de toda a estrutura sindical para "meados de setembro", em local a designar, onde será avaliado o desenvolvimento de toda a situação e que servirá também para auscultar os enfermeiros sobre o assunto e até em relação a eventuais formas de luta.

A Lusa contactou a administração do Hospital de Santarém mas não obteve resposta até ao momento.