O sol é fonte de energia e de vida e tem efeitos benéficos sobre a saúde, sendo reconhecido o seu papel na síntese da vitamina D, podendo ainda afetar de forma positiva o humor, através da sua ação anti-depressiva.

No entanto, as preocupações em relação às consequências negativas da exposição solar surgiram quando o comportamento natural, de procurar a sombra nas horas de maior intensidade da radiação solar, foi substituído pela exposição, deliberada e excessiva, ao sol com o intuito de obter uma tonalidade bronzeada.

A consequência imediata foi o aumento do número de queimaduras solares mas só alguns anos mais tarde começaram a surgir as principais consequências: envelhecimento prematuro da pele e, sobretudo, o aumento marcado da incidência de vários tipos de cancro da pele.

Na hora de se proteger do sol, lembre-se destes conselhos da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo:

  1. Usar vestuário adequado: chapéu, óculos de sol, “t-shirt” de malha apertada, calções etc.
  2. Evitar a exposição solar directa entre as 12 e as 16 horas. Crianças e pessoas de pele mais clara, idealmente entre as 11 e as 17 horas.
  3. A exposição solar deve ser gradual e progressiva; não ter pressa em obter o tom bronzeado e, se tem a pele clara com dificuldade em bronzear – “não force “- pois obter um bronzeado ligeiro à custa de “escaldões” repetidos poderá ter, a prazo, um preço demasiado elevado.
  4. Aplicar um protector solar de factor 30 ou superior, quinze a trinta minutos antes da exposição ao sol e repetir a aplicação de 2 em 2 horas ou após banho. A eficácia dos protectores solares está bem demonstrada na prevenção da queimadura, através dos filtros para a radiação ultravioleta B (UVB). Os protectores solares são menos eficientes no bloqueio da radiação UVA, apesar dos avanços recentes. Devem ser utilizados de forma sensata, com o objectivo de reduzir os efeitos negativos da exposição à RUV e não para permitir permanecer mais horas ao sol sem queimar.
  5. Não esquecer de proteger os lábios, orelhas e o dorso das mãos, locais onde com frequência surgem lesões pré-malignas e malignas.
  6. A maioria dos “acidentes” com o sol ocorre nos dias mais frescos, nublados, pela ideia errada de que, “se não está quente não queima”. O calor deve-se à radiação infravermelha que é filtrada pelas nuvens, mas a queimadura solar deve-se sobretudo à radiação ultravioleta, que é pouco afectada pelas nuvens. O uso de protector solar não pode ser dispensado mesmo com o tempo nublado.
  7. Cuidado com o sono! O adormecer ao sol é uma causa frequente de queimaduras, por vezes graves.
  8. Atenção aos medicamentos que está a tomar, informe-se com o seu médico, pois alguns medicamentos de uso comum, como antibióticos, anti-hipertensores, anti-inflamatórios, etc., podem ser fotossensibilizantes, podendo desencadear uma reacção de tipo queimadura ou alergia na pele exposta ao sol.

Lembre-se sempre: Fotoproteção não é só sinónimo de uso do protetor solar. O uso de protetor solar é só uma das recomendações entre várias, que em conjunto o vão proteger dos malefícios do sol excessivo.

Cuidados especiais

Os médicos dermatologistas da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo referem que pessoas com cabelo e pele claras, olhos de cor clara e/ou com muitos sinais ou sardas, têm menos protecção natural em relação à radiação UV e maior risco de desenvolverem queimadura e/ou cancro da pele.

Mas a cor da pele pode enganar e, algumas pessoas de pele relativamente morena, cabelo e olhos castanhos têm dificuldade em bronzear e “queimam” com facilidade, necessitando, também elas, de cuidados redobrados de fotoproteção.

As crianças até aos 2 anos não devem ser expostas diretamente ao sol – na eventualidade de irem à praia devem usar vestuário adequado que cubra a maior extensão possível de pele, sem esquecer o chapéu de abas largas, e devem brincar resguardadas do sol, por exemplo, por um guarda-sol.

Mas é fundamental alertar que a radiação ultra violeta (RUV) não vem apenas “de cima”, vem de todos os lados e, mesmo debaixo de um guarda-sol, estamos expostos ao equivalente a 30% da RUV directa. Ou seja, 3 horas à sombra de um guarda-sol, equivale a cerca de 1 hora ao sol.